E a nova onda eletrônica nas motocicletas é a embreagem eletro-eletrônica. Ontem eu recebi da Yamaha um material sobre o seu novo sistema chamado de Y-AMT.
Antes a Honda já tinha oferecido o seu sistema E-Clutch e a BMW o seu ASA – Automated Shift Assistant. Também sabemos que a KTM está testando o que ela chama atualmente de AMT. E o que é isso? Parece simples, apenas um sistema elétrico com um motor que aperta a embreagem para você, pois a embreagem é a mesma, bem como a caixa de marchas. Porém, com o avanço da eletrônica nas motos e com a crescente miniturialização dos motores e o aumento da sua confiabilidade, estão criando sisteminhas de 3Kg acoplados na alavanca de acionamento da embreagem, controlados pelos sistemas eletrônicos das motos.
O que diz a Honda: “ O E-Clutch preserva a embreagem convencional – inclusive mantendo a alavanca para operação manual –, mas disponibiliza opção de simplesmente relegar a operação da embreagem, e consequente mudança de marchas, ao sistema controlado eletronicamente. Com este dispositivo inovador a Honda pretende que motocicletas dotadas de câmbios multimarchas possam ser utilizadas com maior facilidade por pilotos novatos, sem grande experiência ao guidão, que assim poderão se concentrar na diversão derivada da condução e desenvolver de modo mais direto habilidades em outros aspectos como curvas, frenagens e posicionamento ideal em ruas, avenidas e rodovias. O projeto do Honda E-Clutch determinou objetivos fundamentais entre os quais a leveza do sistema e dimensionamento contido, além da possibilidade de instalação sem grandes alterações em motores já existentes. A previsão é de que, gradualmente, o Honda E-Clutch passe a equipar grande parcela dos modelos dotados de câmbio convencional.
BMW diz o seguinte: “O novo BMW Motorrad Automated Shift Assistant – abreviado para ASA – é uma solução técnica inovadora para simplificar o motociclismo, ao mesmo tempo que o torna confortável. A automatização do controle da embreagem e da mudança de velocidades intensifica a experiência de condução sem renunciar à dinâmica emocional da mudança. O assistente de mudança automatizado é a evolução lógica e técnica do BMW Motorrad Shift Assistant Pro.”
A KTM usou o sistema em testes na duríssima prova de Erzbergrodeo. O que disse a KTM: “Você pode mudar de marcha com os dedos ou os pés, ou basicamente mudar para o modo automático. Você pode escolher o modo automático ou pode ir para o manual e depois mudar com o dedo ou com a alavanca de câmbio, que ainda é uma para baixo e cinco para cima, transmissão de seis marchas. Apresentaremos mais informações em setembro, quando realmente nos concentraremos na caixa de câmbio e explicaremos exatamente como ela funciona, como funcionam os detalhes internos e tudo mais. Nesta fase ainda estamos a analisar uma possível aplicação em diferentes plataformas, por isso este ainda é um protótipo.”
Y-AMT não é a primeira incursão da Yamaha na mudança automática. A FJR1300 introduziu o sistema Yamaha Chip Controlled Shift (YCC-S), que utiliza sistema hidráulico para manipular a embreagem. Y-AMT usa dois atuadores elétricos, um para lidar com a embreagem e outro para a mudança das marchas.
Até agora, cada fabricante que introduziu um sistema semelhante adotou uma abordagem ligeiramente diferente à tecnologia. As duas marcas europeias, por exemplo, estão colocando primeiro em motos de aventura, a BMW R 1300 GS e GS Adventure, e no que esperamos ser uma KTM 1390 Super Adventure. A Yamaha parece que irá adotar uma abordagem semelhante à da Honda, introduzindo a tecnologia pela primeira vez num modelo de rua mais desportivo. Enquanto a Honda está equipando sua E-Clutch na CBR650R e CB650R, o guidão e o painel mostrados nas ilustrações da Yamaha sugerem que o Y-AMT será lançado na MT-09, embora devamos esperar que eventualmente esteja disponível em uma variedade de modelos.
Enquanto a KTM e a Honda mantêm uma alavanca de embreagem e um pedal de câmbio em seus respectivos modelos automáticos, a Yamaha está seguindo a BMW ao não ter um controle tradicional de embreagem ou câmbio. Em vez disso, o Y-AMT oferecerá um modo AT totalmente automático ou um modo de mudança manual MT com pequenas alavancas de “gatilho” no painel esquerdo. Uma alavanca negativa controlada pelo polegar abaixo do punho esquerdo ativa as reduções de marcha, enquanto uma alavanca positiva controlada pelo dedo indicador na frente ativa as marchas superiores. Mesmo no modo AT, os pilotos sempre terão a opção de intervir e mudar manualmente as marchas conforme necessário.
O painel direito possui um botão de modo que permite aos pilotos alternar entre os modos automático e manual. No modo AT totalmente automático, os pilotos podem escolher entre dois modos diferentes. No modo “D”, as mudanças são otimizadas para deslocamentos diários ou viagens de longa distância, mantendo uma rotação baixa do motor. A mudança para o modo “D+” adota um algoritmo mais esportivo, com mudanças mais altas na faixa de rotação. O Y-AMT funciona em conjunto com o sistema de controle de aceleração Ride-by-Wire da Yamaha, modos de condução selecionáveis e funções de controle de cruzeiro.
Explicando a sua escolha de controles, a Yamaha diz que usar apenas interruptores ativados pelos dedos permite que os pilotos concentrem sua atenção na posição do corpo, ângulo de inclinação, controle do acelerador e aplicação do freio. Por exemplo, não ter que mudar com o pé esquerdo permite que os pilotos mantenham as botas no pedal, permitindo-lhes manter a distribuição do peso através dos pinos nas curvas.
Vamos ver… o Motozoo® espera um dia botar as mãos e os dedos em uma moto com um sistema destes e iremos escrever aqui o que achamos….