Uma das picapes mais famosas da Ford, a F250 faz parte de uma longa linhagem de picapes que ajudaram a construir os Estados Unidos e até hoje continua a fazer história.
Antes de entrar na história do modelo da Ford F250 que ainda é vendido nos Estados Unidos, vamos inverter um pouco a história e contar antes a sua participação no mercado nacional.
A nossa Ford F250 brasileira deixou de ser produzida pela Ford do Brasil em meados de 2012.
Montada em São Bernardo do Campo – ABC Paulista – desde 1998, a Ford F250 vinha com um motor 3.9 litros V6 com 145 cavalos e torque de 47 kgfm, a diesel com tração traseira e câmbio manual de 5 velocidades.
E outra opção de motor era oferecida, aFord F250 a gasolina, tendo um 4.2 V6 com 205 cavalos e 35,7 kgfm de torque, tração traseira e câmbio manual de 5 velocidades também.
O motor a gasolina da F250 foi descontinuado cerca de dois anos depois do seu lançamento, devido ao seu grande consumo de combustível – algo não muito bem visto para um veículo dessa categoria.
E em meados de 1999, a Ford opta por mudar o seu motor a diesel da Ford F250 – troca a fornecedora Cummins Diesel pelo mesmo motor empregado na concorrente Chevrolet Silverado, que usava um MWM, mas com a diferença de que o motor na Ford F250 rendia mais, por conta do auxílio de um Intercooler.
Em 2003, a Ford passa a oferecer no mercado nacional a F250 cabine dupla, o que era esperado por muitos dos compradores, pois a F250 cabine estendida era boa para carregar crianças e só.
Antes de oferecer a opção de cabine dupla na F250, os consumidores tinham que recorrer a preparadoras, para transformarem suas F250 de cabine simples em dupla.
E para evitar que seus compradores migrassem para a concorrência, e sofrer algum acidente por conta da transformação indevida no modelo, a marca aderiu ao pedido do mercado.
A Ford F250 sempre teve fama de “picape de agroboy”, pois seu tamanho sempre foi grande, e pouco usual para quem precisasse utilizar a picape na cidade.
Por conta do seu enorme entre eixos e caçamba longa, a picape facilmente passava dos 6 metros de comprimento.
Ou seja, não era uma picape para levar as crianças na escola, parar na frente daquele restaurante badalado e muito menos estacionar nas vagas de shoppings centers.
Além do seu tamanho exagerado, a Ford F250 ainda exigia – e exige – que os condutores portem a habilitação de categoria C – para veículos que ultrapassem os 3500kg de carga bruta.
E isso faz dele perante as leis de trânsito brasileiras, ser considerado como um caminhão – de pequeno porte por assim dizer, mas ainda sim um caminhão.
Para 2006, a Ford atualiza o visual da F250, onde recebe novos faróis, grade e lanternas.
O visual agora segue a mesma receita dos modelos a venda no mercado norte-americano, e a deixa mais imponente, graças a sua enorme grade cromada, com o logo oval da Ford ao centro.
No interior, novos materiais no acabamento, um novo desenho para o quadro de instrumentos, e novas opções de cores para o revestimento dos bancos.
As enormes rodas da F250 contrastam com as diminutas lanternas traseiras, que ficam meio perdidas na imensidão da carroceria da picape.
Além da atualização do visual, a F250 ganha enfim a tração 4×4, um velho pedido dos clientes da marca desde seu lançamento em 1998. A Ford troca também o fornecedor do seu motor, que no começo era Cummins, mudou para MWM e voltou a ser Cummins.
Para alguns proprietários, isso foi uma troca inteligente, já para outros – bom, eles torceram o nariz. E detalhe, o motor era o mesmo de 1998, apenas com alguns reajustes para render mais e consumir menos.
Algo com o qual estamos já acostumados – Volkswagen e Chevrolet que o digam.
Agora o motor 3.9 V6 da Ford F250 rendia 203 cavalos, com 56 kgfm de torque e contava com a tração integral. Para o câmbio, nenhuma novidade, o bom e velho conjunto de 5 velocidades manual.
Um dos detalhes extras que o “novo” motor tinha, era a adoção da injeção eletrônica – primeiro motor a diesel dentro da linha F a receber esse tipo de tecnologia.
A adoção da injeção eletrônica deu um novo respiro ao motor do final dos anos 90.
Mas como nem tudo nessa vida pode ser resumido em um mar de rosas, o motor não conseguia ser tão potente quanto a versão a gasolina, e ainda era muito chegado no diesel.
Seu fim foi decretado de forma bem silenciosa, já que não estava mais despertando o desejo de abrir uma fazenda no interior e viver disso.
O motor da Ford F250 era o mesmo de 2006, e era vendido nas opções com tração 4X2 e 4X4. As opções de cabine também eram bem restritas, apenas a dupla ou a simples eram ofertadas.
Outro fator que não ajudava muito era o preço do modelo.
Com valores iniciando em cerca de R$ 111.140 reais para a cabine simples, com tração 4X2 e chegando até R$ 138.330 reais na versão com cabine dupla e tração 4X4, a Ford F250 se despediu do nosso mercado sem deixar um sucessor.
Atualmente, as únicas opções acima da Ford Ranger são os modelos da Série F – F-350, F-4000 e F-4000 4X4 – e caso você tenha cerca de R$ 600 mil, pode importar a nova F250 2018 com seu enorme e poderoso motor de 6.7 litros, V8 turbo diesel com 446 cavalos de potência e monstruosos 127,9 kgfm de torque.
Sempre acompanhado da tração integral e do câmbio automático de 6 velocidades.
Ford F250 no mundo
Agora vamos ao modelo da F250 que ainda continua em produção, e segue líder de vendas nos mercados onde atua.
Ford F250 de 1999 a 2007
A primeira da F250, que no mercado norte-americano recebe o nome de Ford Super Duty ou Ford F-Series Super Duty, foi apresentado em 1998.
O modelo seguia basicamente os mesmos princípios do modelo a venda no mercado nacional. Isso se traduz em motores, potência e outros aspectos.
E no ano de 2002, o modelo recebe um pequeno facelift no painel que ganha novas opções de cores, revestimentos novos e um grafismo novo para o quadro de instrumentos.
Para 2005, a Ford F250 ganha seu primeiro facelift completo, com direito a grade cromada, faróis novos com lentes brancas, e atualizações no interior que recebia novos revestimentos e acabamentos pela cabine.
O modelo também recebia um novo computador de bordo, e trazia o sistema de frenagem com ABS.
Diferentemente do modelo brasileiro da F250 que tinha apenas duas opções de início, e acabou por encerrar seus dias com um velho conhecido, a versão da terra do tio Sam vinha com mais opções de motores, e potências muito mais relevantes do que o do modelo vendido por aqui.
O mesmo poderia ser dito no quesito de opções de câmbio, uma vez que nós contávamos apenas com o câmbio de 5 velocidades, para o mercado norte-americano era oferecido 4 tipos de transmissões.
Opções de transmissão manual, de 5 velocidades, ou automáticas de 6 velocidades fabricadas pela alemã ZF faziam com que a Ford F250 entregasse ao consumidor uma enorme variedade de combinações de transmissão e tração.
E por falar nas trações, o que nós demoramos anos para receber, o público norte americano já tinha há tempos.
F250 2008 – 2010
A segunda geração da F250 / Super Duty era apresentada em 2008, onde introduzia um novo motor 6.4 litros V8 Diesel, com cerca de 354 cavalos e impressionantes 89,7 kgfm de torque.
Um outro motor 5.4 V8 também era ofertado na nova geração da picape mais vendida dos Estados Unidos.
No quesito visual, a Ford F250 ficava ainda mais imponente com seus enormes faróis mais quadrados, que agora vinham acompanhados com uma faixa âmbar para sinalizar a seta.
O painel também repetia muito das características vistas no conceito apresentado em 2006, linha sóbrias e retas para anunciar a segunda geração da Ford F250.
Novos revestimentos, bem como novidades para o quadro de instrumentos e opções de acabamento, tornavam o habitáculo da picape ainda mais agradável e confortável.
O modelo ainda vinha com opções de tração integral e tração traseira assim como na primeira geração.
As opções de câmbio eram 3, sendo duas manuais – de 5 ou 6 velocidades e 1 automática – de 5 velocidades.
F250 2011 – 2016
A terceira geração da F250 vinha para mostrar que quanto maior melhor. E ao gosto dos norte-americanos, quanto mais cromado melhor ainda.
A terceira geração tinha novos faróis maiores ainda que os anteriores, um pouco menos quadrados do que a geração anterior, uma vez que agora eles eram um pouco trapezoidais.
A grade agora ficava em maior destaque, com o logo da Ford bem ao centro de duas barras cromadas bem grossas. Acima do logo, a inscrição “Super Duty” mostrava que a picape vinha para marcar terreno.
As enormes rodas, de 8 furos, também estavam lá para dizer que não se tratava de um carro pequeno ou dócil.
O painel da Ford F250 também recebia novos revestimentos, opções de couro de novas cores, e opção de sistema multimídia mais interativo e com novas funções.
A inscrição Super Duty, também era vista dentro do painel, para reforçar ainda mais em qual picape de Ford você estava.
Um dos detalhes mais interessantes da terceira geração da F250, foi a adoção de um diferencial de bloqueio.
Este item era oferecido apenas nas versões mais caras e com tração nas quatro rodas – 4×4.
Os motores eram dois, sendo um a gasolina de 6.2 litros V8 com 385 cavalos de potência e 56 kgfm de torque e um movido a diesel – 6.7 litros V8 com 395 cavalos e 97 kgfm de torque.
Em meados de 2011, a Chevrolet apresentou um novo motor para a Silverado – um 6.7 litros V8 que produzia 397 cavalos e 105, kgfm de torque.
O mesmo motor era aplicado no GMC Sierra – que divide plataforma e motores com a Silverado.
E como a Ford não queria ficar para trás no quesito potência, a marca optou por atualizar gratuitamente os motores de suas picapes da linha F250 em suas concessionarias e elevar a potência para 400 cavalos e 113 kgfm de torque.
A outra opção de motor disponível para a F250 também recebia o upgrade que fazia com que o motor agora rendesse 440 cavalos e 119,3 kgfm de torque.
No quesito de transmissão, a terceira geração deixava de oferecer no mercado norte-americano a opção de 5 velocidades manual, e deixa somente apenas a caixa de 6 velocidades.
F250 2017 – presente
A quarta geração da Ford F250 chega em 2015 com um novo design, novos motores e estilo ainda mais agressivo que qualquer geração anterior.
Na parte frontal, o modelo ganha um novo conjunto ótico, agora mais vertical e retangular. A grade central agora invade o desenho dos faróis que tem desenho em formato de “C” invertido.
O logo ficou maior e mais destacado – agora ele pode vir na barra pintada de um tom de preto grafite ou totalmente cromada. A inscrição “Super Duty” agora fica no capô da picape, e deixa o visual externo mais agressivo que qualquer geração anterior.
Na traseira, as lanternas cresceram e apareceram. Estão mais retangulares e na tampa da caçamba, o logo se destaca bem, e a inscrição “Super Duty” deixa sua marca para quem ficar olhando saber de qual picape se trata – ou seja, não fique na cola de uma F250.
Já no interior, um desenho mais retilíneo e elegante traz a picape para o luxo e sofisticação que as gerações anteriores não dispunham.
Um novo e totalmente remodelado quadro de instrumentos pode ser visto atrás do novo volante multifuncional que abriga basicamente todas as funções do novo sistema multimídia, para que o condutor não tire os olhos da estrada.
Na parte de motorização, a F250 atualiza os motores de 2016 e acrescenta algumas melhorias para se adequar as novas normas de emissão de poluentes e consumo de combustível.
Mas isso não é levado muito em conta no poderoso motor 6.7 litros turbo diesel com 446 cavalos e 127,9 kgfm de torque. Para esse motor a tração é do tipo integral e o câmbio é o de 6 velocidades automático.
Com preços que partem de 33,150 dólares e vão até 80,020 dólares, ela ainda é uma das picapes mais queridas e consagradas do mercado norte americano.
E caso você caro leitor, tenha disponível cerca de R$ 600 mil reais, pode ter uma também, mas não se esqueça de verificar a categoria da sua habilitação.
Concorrentes da Ford F250
Desde o início de sua carreira, a Ford F250 não esteve só. A Chevrolet tinha duas opções para brigar com a queridinha da América.
São elas a Chevrolet Silverado e sua irmã gêmea GMC Sierra.
Do outro lado do ringue está a Dodge com a RAM 1500, que veio ao mundo em 1981 e desde então mostra que o grupo FCA tem know how para brigar de igual com igual no segmento das picapes médio-grandes.
No caso da Chevrolet Silverado, a Chevrolet investe num visual mais retilíneo, com pequenos faróis retangulares em posição elevada, que são ligados por uma faixa de led em formato de “C”.
Na versão TrailBoss Z71, o visual fica ainda mais invocado com a grade que cobre basicamente toda a frente do modelo em preto grafite – isso inclui o logo da Chevrolet.
Na traseira, as lanternas também são mais finas que a maioria das picapes, e trazem um desenho mais recortado.
A palavra “Chevrolet” fica grafada na traseira para mostrar que a marca manja de fazer picapes desde o início.
No interior, o elogiado sistema multimídia MyLink2 fica em posição bem elevada, o que garante que o motorista não tire tanto os olhos da estrada.
O volante também é novo em relação a geração anterior, assim como o quadro de instrumentos e os revestimentos usados no habitáculo.
Sua irmã gêmea, a GMC Sierra, vem com uma grade cromada com o logo centralizado e faróis com desenho irregular em formato de “C”.
A traseira segue o mesmo padrão da GM, com desenho fino e retilíneo para as lanternas e a marca GMC fica grafada em vermelho na tampa da caçamba.
Por conta de redução de custos, o painel da GMC Sierra, é idêntico da Silverado – por compartilharem também motores, carroceria e diversos itens.
A outra opção de picape do Grupo FCA, a RAM 1500, aposta em um visual bem intimidador. Ainda mais na versão Rebel, que aposta em uma grande com desenho diferenciado e o logo da RAM centralizado e bem destacado.
Já os faróis, são mais tradicionais em relação aos concorrentes.
O painel segue um desenho sóbrio e elegante, mesmo na versão que tem mais foco em ser “esportiva”.
Detalhes em vermelho rodeiam a central multimídia, saídas de ar condicionado e marcam bem as laterais das portas, bem como detalhes dos bancos e console central.
Mas se você ficou com vontade ou curiosidade para ver os modelos da nova Ford F250 mais de perto, recomendo 3 opções: Google Imagens, Avenida Europa em SP ou desembolse mais de R$ 500 mil por cada uma!