E depois de quase três anos, eis que surge a primeira big trail da Harley-Davidson. A marca, historicamente ligada a modelos custom, cruiser e touring, aposta na aventureira para dar um sopro de vitalidade em seu line-up e atrair novos consumidores, que são mais ligados a modelos deste tipo do que nas clássicas.
O projeto da Pan America nasceu na “gestão anterior” da Harley, em um plano estratégico chamado “More Roads do Harley” – capitaneado pelo então presidente Matt Levatich. Mas tanto o plano quando o CEO foram substituídos. A Pan America sobreviveu, mas a streetfigher Bronx, que estava sendo desenvolvida ao mesmo tempo, subiu no telhado.
E enfim a Pan America teve seu lançamento mundial e o que vemos é um design sem mudanças em relação aos protótipos que já vimos antes: farol retangular à moda da custom Fat Bob, linhas brutas e mais retas do que arredondadas e detalhes interessantes como bancos de piloto bem separados e com alturas diferentes, para-brisa bem alto e painel de TFT, como manda o figurino atual.
Embora seja de uma família que só está estreando agora, o motor já era conhecido pela mídia especializada: o Revolution Max, um V2 com 1.250cm³, refrigeração líquida, 150cv de potência e torque de 12,9kgfm. Sua versão menor, de 975cm³, iria para a Bronx, mas por enquanto segue na gaveta. O câmbio da Pan America tem seis marchas e a transmissão secundária é por corrente, e não por correia como nas outras motos da marca.
As aptidões off-road da Pan America podem ser medidas por alguns números. A moto tem tancão para 21,1 litros de combustível, distância livre do solo de 21cm, suspensões com curso de 19,1cm, ABS desligável e peso de 228km (a seco). Ou seja, a Pan America é como as principais concorrentes: capaz de encarar estradas pouco convidativas, porém mais afeita ao velho e bom asfalto – e complicada para pilotos de baixa estatura, já que a altura do banco para o solo é de 80,7cm a 86,9cm.
A moto chega às lojas dos EUA em duas versões, standard e Special, com preços que variam de US$ 17.319 e US$ 19.999 – cerca de uns R$ 95 mil e R$ 109 mil, respectivamente. A Special tem recursos a mais, como como protetores de mãos e laterais, monitoramento de pressão dos pneus, cavalete central, pedal do freio com posição ajustável, punhos aquecidos, amortecedor de direção, rodas raiadas calçando pneus sem câmara (na standard são de liga leve) e suspensão semi-ativa, entre outros. Essa suspensão evita desnivelamentos acentuados tanto nas freadas quanto nas arrancadas. Por enquanto não há previsão da chegada da Pan America ao Brasil, mas pode ser que a Harley-Davidson já faça um avant-premiére no Salão Duas Rodas, em novembro, para lançá-la como linha 2022.
Crédito: Roberto Dutra – Mototour