“SE VOCÊ FOR UM PILOTO “PROFISSIONAL”, MAS AGIR COMO AMADOR, POR MELHOR QUE VOCÊ SEJA, POR MAIS QUE DESEMPENHE DENTRO DA PISTA, VOCÊ SERÁ TRATADO COMO AMADOR. MAS, SE DENTRO DA PISTA VOCÊ FOR TECNICAMENTE “AMADOR”, MAS TENHA UM TRABALHO DE DESTAQUE FORA DELA VOCÊ SERÁ RESPEITADO COMO UM “PROFISSIONAL”.
Salve, salve amigos da COLUNA GALERA SHOW!
Hora de refletirmos sobre se o que se mostra fora das pistas é compatível com o que se entrega dentro dela?
Em outras edições já vimos o quanto é importante um bom trabalho de mídia. O quanto se faz importante criar mecanismos de oferta ao mercado para que ele sinta interesse em ter sua marca associada ao piloto.
É muito comum ouvirmos frases do tipo… “ninguém apoia nosso esporte”, “as empresas no Brasil só olham para o futebol”, “ninguém me ajuda”, “é duro, ninguém está a fim de pagar para eu correr” e por aí vai.
Não condeno quem propaga esse tipo de frase, mas me permito questionar o que ele tem feito para reverter isso?
Não dá para sentar o traseiro no banco da moto e ficar esperando que alguém com uma varinha mágica bata na sua cabeça e traga o que você deseja. É preciso pensar fora da caixinha, é preciso ter disciplina, é preciso gastar o tempo quando não se tem o dinheiro para criar conteúdos atraentes para que empresas se interessem por você.
Você já pensou que no mundo das competições ninguém está lá para fazer filantropia para pilotos?
Você já pensou que o impacto da primeira impressão é muito mais importante que o desempenho dentro da pista para muitas dessas empresas?
Pois bem, diante disso, o que seria capaz de gerar impacto na mente de alguém que não conhece nenhum piloto e que pisa pela primeira vez num kartódromo ou num autódromo para assistir uma corrida de motocicletas?
Não vou responder diretamente, mas vou deixar um pensamento que mudou definitivamente minha forma de enxergar o aspecto comercial de um piloto, ou de uma equipe de competição. “SE VOCÊ FOR UM PILOTO “PROFISSIONAL”, MAS AGIR COMO AMADOR, POR MELHOR QUE VOCÊ SEJA, POR MAIS QUE DESEMPENHE DENTRO DA PISTA, VOCÊ SERÁ TRATADO COMO AMADOR. MAS, SE DENTRO DA PISTA VOCÊ FOR TECNICAMENTE UM “AMADOR”, MAS TENHA UM TRABALHO DE DESTAQUE FORA DELA VOCÊ SERÁ RESPEITADO COMO UM “PROFISSIONAL”.
Sempre que abordo esse assunto com alguém logo lembro do que vivi quando estive pela primeira vez numa corrida e sinto que isso segue vivo, segue presente e valendo muito nessa busca incessante para se buscar apoio.
A mais de uma década atrás, quando iniciei minha trajetória de narrador no mundo das duas rodas, ainda não tínhamos tão presentes na vida das pessoas as mídias sociais. Elas já existiam, mas ainda não ocupavam a rotina das pessoas por tantas horas, também não tinham o poder de gerar impressões significativas na mente dos seus seguidores e não eram tão eficazes no impacto comercial. Lembro-me que cheguei num Kartódromo para fazer a locução de arena de um campeonato de Supermoto e por se tratar da primeira etapa da temporada todos estavam zerados de pontos. Nos meus estudos para a corrida eu sabia apenas o nome de quem tinha sido campeão no ano anterior, mas não conhecia os pilotos e o grafismo das motocicletas em sua grande maioria tinha mudado do ano anterior. Daí comecei a andar pelo box, olhar as motos, olhar para as tendas das equipes, para os carros parados atras das tendas e me impressionei com a estrutura de uma das tendas. Uma única moto tinindo de tanto brilho sobre o cavalete, tapete personalizado com o número do piloto na mesma fonte do “number plate” da moto, atras da tenda uma Fiorino toda envelopada dando destaque ao piloto e seus patrocinadores, um cabide sutilmente posicionado segurando um belo macacão, bem cuidado, e visivelmente limpo. Um pequeno móvel ao lado do macacão com o capacete brilhando, o par de luvas ao lado do capacete, abaixo, o par de botas que não eram novas, mas visivelmente bem limpas e colocadas com carinho abaixo desse móvel, ao lado desse móvel uma cadeira personalizada com um cooler com água e isotônicos e um banner chamativo cercando as laterais da tenda com o nome do piloto e de um “patrocinador” (meses depois descobri que era a empresa do próprio piloto). Logo imaginei… “ESSE É UM DOS FAVORITOS PARA A TEMPORADA”.
Ao iniciar a tomada de tempo esse piloto não figurava entre os primeiros, na corrida também não, mas sua postura ao término de cada sessão e após cada uma das baterias era algo invejável. Certamente, se eu fosse um empresário que pela primeira vez pisasse naquele ambiente em busca de alguém para associar minha imagem, certamente não pensaria duas vezes e investiria naquele piloto.
Portanto, o que você apresenta a uma empresa, ou a um eventual apoiador precisa dizer mais sobre o que você tem a oferecer fora da pista do que dentro dela. Evidente que, existem empresas que buscam a performance, que querem associar suas imagens a imagem de vencedores. Mas lembre-se, só o que você apresenta na pista não será o suficiente para a manutenção da marca associada a você, com o tempo, observe o comportamento do seu patrocinador e esteja sempre aberto a mudanças, se nada for feito outro piloto aparecerá apresentando o perfil tido como o ideal para a marca.
Temos um número gigante de excelentes pilotos que “patinam” fora das pistas e perdem oportunidades melhores na carreira por falta de um trabalho efetivo fora delas.
Partindo da imagem que se entrega dentro dos autódromos, temos visto nos principais campeonatos do Brasil estruturas melhores, equipes cada vez mais preocupadas em entregar uma boa imagem, seja na estrutura que reveste o box, seja na vestimenta de seus pilotos (camisetas, macacões), mecânicos e demais membros do staff. Mas ainda há muito a ser feito e aqueles que não se enquadram nessa busca por melhorias de qualidade de atendimento e entrega visual certamente estarão fadados ao fiasco, por mais que exista competência técnica e mecânica.
Temos algo que poucos esportes têm, somos privilegiados de vivermos um esporte que plasticamente geram grandes imagens, que tem o seu fascínio por parecer sempre desafiar as leis da física, são capazes de gerar uma gama enorme de conteúdo, e se ainda não conta com o apoio da grande mídia, ainda pode ser uma grande fonte de conteúdo nas redes sociais.
O que você quer para você como piloto? Até onde você acha que consegue ir colocando dinheiro do próprio bolso ou esperando o apoio vir do céu? Os comuns tentam, os diferentes correm atras e conseguem. Você se enquadra onde?
Vamos chegando ao fim de mais uma edição, caso queira sugerir algum tema ou queira conhecer um pouco mais sobre esse que vos escreve mensalmente, vai lá no Instagram @ale.eiras.narrador
No mais, não esqueça de clicar na logo da 2MT Motorsport para conhecer os produtos e as novidades que por lá não param nunca.
E para terminar daquela forma que vocês já conhecem.
Forte abraço GALERA SHOWWWWW!!!
