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MOTOVELOCIDADE – MINHA EMOÇÃO NAS CORRIDAS VÊEM DA MINHA RELAÇÃO E DO MEU ENVOLVIMENTO COM OS PILOTOS.

“Ao ver a luz vermelha se apagar me agarro a todas as minhas forças internas durante cada volta que se darão até a bandeira quadriculada. Os convidados especiais que comentam as provas comigo e as pessoas que visitam a sala de transmissão no momento das corridas conhecem um Alê que nem minha esposa conhece.”

Salve, salve amigos da COLUNA GALERA SHOW!

Nessa edição completamos 1 ano da COLUNA aqui na PRÓ MOTO MAGAZINE e em comemoração quero abordar algo que poucos sabem a meu respeito. Os que sabem, muitas vezes não conseguem mensurar ou diferenciar o que acontece comigo nas narrações do SUPERBIKE BRASIL do que são as transmissões televisivas realizadas aqui no Brasil e no mundo a fora.

No final de 2023 completei 10 temporadas como locutor/narrador do Superbike Brasil (além de outras várias provas eventuais em outros campeonatos). São mais de 100 finais de semana de envolvimento com o evento. Para mim, cada etapa parece ser a primeira, o frio na barriga antes da primeira largada é o mesmo desde aquele fevereiro de 2014. 

Dentro do Superbike Brasil, sou contratado pelo campeonato para fazer a comunicação do evento e as narrações das corridas, isso, por sí só já apresenta características diferentes do que acontece com os narradores vinculados às emissoras que em boa parte das vezes narram as corridas por tubo dos estúdios da própria emissora.

com Bruno Corano

Honestamente e sem nenhuma hipocrisia, quando cheguei, no início da temporada de 2014, ainda para fazer a Copa Pirelli eu só conhecia no grid a piloto Sabrina Paiuta, pois tinha narrado em anos anteriores algumas corridas dela no Supermoto. Diga-se de passagem, uma garota talentosíssima que quem teve a oportunidade de vê-la em ação sabe o trabalho que ela deu aos marmanjos em todas as categorias em que disputou.

Tudo ali era novidade, pilotos, equipes, categorias, a rotina do evento, a dinâmica das provas, etc. Para falar a verdade, até aquele momento eu só conhecia o campeonato pelo nome, e por ter assistido a volta de apresentação e mais 5 voltas de uma corrida da categoria PRÓ do ano anterior. Vou além, só o fiz porque tinha visto uma postagem no FACEBOOK (na época), fiquei curioso e fui dar uma olhada no YOUTUBE, sequer assisti aquela corrida inteira.

com Erik Granado

Bom… essa introdução foi necessária para que vocês conseguissem entender que passei por uma verdadeira transformação quando cheguei lá. Parte dessa transformação foi construída através da relação que fui criando com pilotos, com as equipes e com os mais variados profissionais que trabalham ou que trabalharam no evento ao longo desses anos (membros de equipes, diretores de provas, médicos, psicólogos, secretária de prova, produção, etc). 

Ok Alê… mas e daí?? Onde você quer chegar e o que torna o que você faz de diferente do que assistimos em outras corridas que vemos quase todos os domingos na TV?

Não quero criar nenhum tipo de julgamento, nem colocar em “CHECK” se meu trabalho é melhor ou pior do que os de outros colegas que atuam brilhantemente nas transmissões dos maiores campeonatos do mundo (sejam eles narrados em português ou em qualquer outra língua). Apenas quero levar a você leitor, um entendimento que, naturalmente, por eu estar ali o final de semana inteiro e acompanhar cada passo dos pilotos entre uma etapa e outra faz com que todo esse envolvimento resulte em algo mais próximo da realidade, pois inevitavelmente, eu vivo o evento diariamente, através do acompanhamento que faço da maioria dos pilotos e das equipes pelas redes sociais, de tudo que é postado sobre o campeonato pelos críticos em redes sociais (ou em alguns momentos “antissociais”) e nos portais especializados.

com Edson “Mamute” (a esquerda)

Com o passar do tempo, fui criando uma relação de proximidade com muitos pilotos. Sei quem são, de ondem vêm, o que fazem fora das pistas, quem são suas namoradas, esposas, pais, filhos, etc. Esse conhecimento, mesmo tendo como via de regra sempre prezar pelo profissionalismo, fatalmente se estreitou e fazem com que eu consiga entender muito do que eles vivem para estar ali. Diferentemente de outros colegas profissionais que são brilhantes no processo de levar a emoção das corridas, mas que em alguns casos vão ao autódromo somente no dia da corrida, cumprem com excelência o seu papel e depois vão embora. Sem contar os casos onde não estão no autódromo e fazem a transmissão via “tubo”, ou seja, de um estúdio da emissora. 

Entendam por favor, não é nenhum tipo de crítica ou qualquer outra situação que envolva mérito ou demérito e nem poderia ser. Afinal, também passo por isso quando narro jogos de futebol ou quaisquer outros eventos esportivos. 

Isso já não acontece comigo dentro do Superbike Brasil. Lá, desde o sábado muito cedo, ou em algumas etapas, na sexta-feira, eu começo a vivenciar a etapa. Converso com muita gente ao longo do final de semana, saio para jantar com outros, sei quem teve dificuldades nos treinos, que teve alguma queda, quem está sofrendo com problemas mecânicos. São centenas de cumprimentos, trocas de informações, risadas, brincadeiras, visitas aos boxes, ouço muito e falo muito também. Sem nenhuma falsa modéstia, eu afirmo que vivo cada segundo daquele final de semana como se só existisse ele no mundo naquele momento.