“O trabalho de Telemetria no motovelocidade nacional pode ser considerado “embrionário” se fizermos uma comparação com o que é feito hoje no automobilismo e em competições de motovelocidade de nível mundial. Mesmo assim o Léo aponta que o crescimento nos últimos 3 anos foi bastante grande e algumas motos já contam com equipamentos mais sofisticados que fornecem um número maior de informações e com melhor precisão. Ele ressalta que ainda temos poucos profissionais qualificados para atender a demanda que tende a aumentar.”
Salve, salve amigos da COLUNA GALERA SHOW!
Muitos vão se lembrar que a algumas edições atras eu dizia que o mundo do motovelocidade oferece possibilidades de trabalho que vão muito além da pilotagem. São muitas oportunidades e nessa edição vamos abordar um tema que mostra o quanto o trabalho dentro dos boxes faz a diferença naquilo que se apresenta dentro da pista.
Conversei com um jovem que tive o prazer de narrar algumas vitórias nos tempos de piloto, inclusive um título na Honda Junior Cup, mas que deixou as pistas muito cedo e hoje desenvolve um trabalho brilhante como telemetrista. Leo Manella hoje faz um trabalho de excelência e grande destaque com a empresa a 93Telemetria, onde é sócio ao lado de outro amigo o Paulinho Superbike. Ele vem realizando esse trabalho não só no motovelocidade, mas também ao longo dos últimos 2 anos na equipe Full Time na Stock Car.
O interesse pela função veio ainda nos tempos de piloto, por não se convencer de algumas informações que lhe eram passadas por mecânicos e chefes de equipe. Inicialmente foi atras de informações para melhor seu próprio desempenho e depois, quando já estava decidido a deixar as pistas como piloto, mas por paixão não queria deixar o esporte e acreditou que poderia auxiliar alguns amigos pilotos com esse conhecimento adquirido. Nessa conversa percebi que o Léo pensa exatamente como eu… “Se for para fazer, faça bem-feito. Estude, busque o conhecimento e se aproprie dele antes de levá-lo a diante.” Para isso ele investiu nos estudos, morou por 6 meses em Londres buscando qualificação profissional e hoje conta com parceiros importantes que viabilizam a aquisição dos equipamentos a preço de custo, o que vai, com certeza, facilitar e implementar por completo esse trabalho dentro do esporte.
Dentro desse bate-papo pude matar algumas curiosidades e trazer para você leitor um pouco mais sobre o tema.
O Léo aponta de imediato uma situação bem importante para observarmos. No sentido literal a Telemetria é a análise em tempo real do que se acontece com um determinado veículo, isso acontece na F1, nos rastreadores de algumas seguradoras, transportadoras, empresas de logística onde as informações são passadas instantaneamente para um banco de dados e analisados imediatamente. Porém, os regulamentos da CBM, da CBA e de outras entidades que gerem campeonatos a motor no Brasil não permitem o envio dos dados em tempo real, sendo assim, o que se faz hoje em nosso País e que chamamos de Telemetria é uma análise de dados posterior, ou seja, o piloto faz o treino ou a corrida e só depois que retorna ao box são coletados e analisados os dados, ou seja, não é feito em tempo real.
O trabalho de Telemetria no motovelocidade nacional pode ser considerado “embrionário” se fizermos uma comparação com o que é feito hoje no automobilismo e em competições de motovelocidade de nível mundial. Mesmo assim o Léo aponta que o crescimento nos últimos 3 anos foi bastante grande e algumas motos já contam com equipamentos mais sofisticados que fornecem um número maior de informações e com melhor precisão. Ele ressalta que ainda temos poucos profissionais qualificados para atender a demanda que tende a aumentar.
Basicamente, e imagino que isso não seja novidade para a maioria que acompanham o mundo do motovelocidade, esse trabalho de telemetria consiste no uso de um aparelho conectado na ECU, onde é feito a coleta dos dados e posteriormente verificado aquilo que está funcionando perfeitamente ou não para o melhor desempenho do equipamento. Evidente que o grande desafio é melhorar o que não está funcionando e de não fazer alterações que comprometam o que está funcionando. Ou seja, não basta ter o equipamento instalado na moto se não conseguir fazer a leitura perfeita das informações e conseguir traduzi-las ao piloto e para a equipe na busca do acerto ideal.
Uma das grandes curiosidades que eu tinha e que imagino que muitos também tenham diz respeito a como é feita essa abordagem junto aos pilotos e como eles se “convencem” de que vale a pena o investimento num profissional para fazer esse trabalho? A resposta do Leo foi rápida e para mim muito convincente. Os pilotos notam que dois fatores acontecem simultaneamente com quem conta com esse apoio. Existe a clara melhora do desempenho e a redução das quedas, esses dois fatores que em condições normais estariam em condições controversas, partindo da premissa que para melhorar o desempenho o piloto precisaria se arriscar mais e consequentemente estaria mais exposto a quedas. As informações trazidas pelo Manella apontam justamente para o contrário, o que vamos e convenhamos gera uma economia financeira gigante que facilmente justifica a contratação de um profissional para esse apoio.
Mesmo o ponto principal ser a análise de dados do equipamento, algumas capacidades dos pilotos acabam sendo beneficiadas, tais como, traçado, técnicas de frenagem e reaceleração, trocas de marcha, inclinação, etc. É feito todo um ajuste técnico de pilotagem que traga segurança e efetividade na pilotagem concomitantemente aos ajustes do equipamento. Evidente que tudo vai depender também do quanto o piloto vai acatar (na prática) aquilo que foi passado de informação. A equação é a seguinte, quanto mais obediente e convencido de que é possível o piloto estiver, mais rápido o resultado aparecerá e isso dependerá da sintonia e harmonia entre piloto e telemetrista. Quanto maior for a sinergia entre piloto e telemetrista melhor será o resultado obtido.
Outra curiosidade que eu tinha era de saber como esse trabalho era visto por chefes de equipes e mecânicos, afinal, o trabalho do telemetrista muitas vezes apontam erros no equipamento que antes não eram identificados. A resposta do Leo talvez não represente a mesma realidade de outros profissionais, pois os primeiros trabalhos realizados por ele foram dentro da Equipe do Paulinho Superbike, na moto conduzida pelo Felipe Gonçalves o “Felipinho” (filho do Paulinho) que por sua vez, são pessoas com quem o Leo já convivia desde muito criança e que generosamente abriram as portas para que ele realizasse seu trabalho e pudesse de uma certa forma completar na prática todo conhecimento obtido. Os resultados apareceram, a resistência e a desconfiança também por parte de alguns inicialmente, mas logo outros pilotos passaram a procura-lo e hoje o Leo tem pilotos em várias equipes como a Pioneiro Motonil Motors, a Sport Plus Racing, a BMW Motorrad Superbike Brasil Racing Team, X Moto X, a Cajuru Racing dentre outras e tem o respeito de todos os chefes dessas equipes, pois eles sabem que tudo é feito com muito profissionalismo, onde as informações de uma equipe nunca são compartilhados com as outras.
Para quem quiser contar com os serviços da 93Telemetria ainda para esse ano as notícias não são nada animadoras, afinal, a empresa não tem mais nenhuma vaga disponível para essa temporada. Sendo assim, se você está pensando em contar com o apoio da 93Telemetria para 2025 é bom se organizar e já entrar em contato.
Vamos chegando ao fim de mais uma edição, caso queira sugerir algum tema ou queira conhecer um pouco mais sobre esse que vos escreve mensalmente, vai lá no Instagram @ale.eiras.narrador .
No mais, não esqueça de clicar na logo da 2MT Motorsport para conhecer os produtos e as novidades que por lá não param nunca.
E para terminar daquela forma que vocês já conhecem.
Forte abraço GALERA SHOWWWWW!!!