A Honda apresentou a NT 1100 como uma nova realidade do conceito Touring. Nascida com o motor e com o quadro da Africa Twin, vem ocupar o espaço deixado pelas saudosas Deauville e Pan European, mas com um look diferente, baseada na linguagem estética da X-adv. Será que a Honda reinventou a polivalência de uma utilização turística?
A NT 1100 é uma moto bastante polivalente. A deslocação no trânsito é bastante simples mesmo com as malas laterais colocadas, uma vez que ocupam praticamente a mesma distância que a largura do guiador. Conseguimos comutar o nosso registo de condução entre cidade, umas curvas de serra como se ainda tivéssemos 20 anos e uma tirada de auto-estrada a dois com o maior dos confortos. Tudo sem ser preciso trocar de moto. E em todos eles, a NT 1100 assenta que nem uma luva.
Falando de proteção aerodinâmica, falamos de um ponto forte desta NT1100. Um pára-brisas ajustável manualmente em cinco posições permite que, na posição mais baixa, possamos olhar diretamente para a estrada sem ser através do vidro, algo, na nossa opinião, muito útil para condução em cidade, e que, na posição mais alta e com ajuda dos defletores para as mãos, pernas e pés, seja possível circular em auto estrada até aos 120 km/h totalmente protegidos do vento e das intempéries. Começamos a perceber onde a Honda quer chegar com este conceito.
O estilo é subtil e sofisticado, com superfícies simples que destacam as principais linhas de caráter. A elegância dinâmica que percorre a NT1100, da frente para trás, são as linhas características que definem o seu idioma de design. E, é claro, as formas elegantes deste modelo também têm a ver com as funções – aumentar a qualidade da experiência de condução.
A iluminação Full LED é bastante visível e, apesar de não termos circulado à noite, acreditamos que cumpra plenamente com as necessidades de um modelo deste segmento.
Autonomia tem quanto baste com um depósito de 20.4 lts de capacidade. E são bem verdadeiros os dados que a Honda apresenta, pois com a nossa condução um pouco mais agressiva e durante os 250 kms que durou este contacto, pudemos comprovar um consumo de 5.2 L/100 kms.
As suspensões Showa em ambos os eixos agradaram-nos bastante, mesmo naqueles ressaltos marotos, que aparecem não sabemos de onde, e que têm a capacidade de catapultar o passageiro para a mais longínqua das galáxias. Tanto o condutor como o passageiro foram contemplados pela Honda com um assento muito confortável em qualquer uma das duas opções disponíveis (standard e confort). Somente para o passageiro uns pousa pés mais baixos facilitam assim a entrada e saída da moto, bem como capazes de reduzir a curvatura das pernas em andamento.
2022 HONDA NT1100
O motor bicilíndrico paralelo de 1084 cm3 com 100 cv herdado da Africa Twin, já bem conhecido no mercado, chega até à NT com pequenas modificações ao nível da caixa de ar de admissão e no redimensionamento do sistema de escape onde lhe foi retirada a respectiva válvula, tornando-o assim mais dócil na entrega de potência. O radiador passou a ser apenas um e colocado numa posição superior, protegendo-o assim do que for projetado pela roda dianteira.
Os freios foi bem dimensionada para o modelo conseguindo transmitir boa suavidade ao toque assim como excelente em eficácia em todas as situações apresentadas. O sistema de ajuda à travagem de emergência por nós comprovado funciona muito bem, alertando o condutor da retaguarda com a devida antecipação.
Rodas de 17 polegadas em ambos os eixos em combinação com uma geometria de direção mais precisa dão a agilidade que se pretende para esta simples Tourer poder curvar mais rápido e ser mais assertiva nas correções de trajetória.
O ecrã TFT de 6,5´´ com comando por toque é bem-vindo, nomeadamente no que toca à configuração da eletrónica da moto, mas isto enquanto a moto está imobilizada. Quando tentamos fazer o mesmo com a moto em andamento começa a batalha de interruptores, que só no lado esquerdo são 16 mais 2 na versão DCT.
No campo da conectividade podemos contar com a possibilidade de emparelharmos com o Apple Carplay ou com o Android Auto através de Bluetooth para algumas aplicações. Para outras, ainda será necessário conectar o telemóvel por cabo à moto.
Ficha Técnica:
Motor
Tipo de motor | 4 tempos, 8 válvulas, bicilíndrico paralelo a 270°, Unicam, refrigeração líquida |
Cilindrada | 1.084 cc |
Potência | 101 cv (75kW) @ 7,500 rpm |
Binário | 104Nm @ 6,250 rpm |
Transmissão | Caixa de 6 velocidades, final por corrente. Caixa de dupla embraiagem (DCT), disponível como opcional |
Ciclistica
Quadro | Berço duplo |
Suspensão Dianteira / Traseira | Forquilha telescópica invertida SHOWA SFF-BP de 43 mm, com afinação de pré-carga e ajuste de amortecimento, curso de 150 mm |
Travagem Dianteira / Traseira | Braço oscilante de alumínio fundido monoblock com Pro-Link® com amortecedor de gás, afinação hidráulica de pré-carga e ajuste de amortecimento, curso de 150 mm |
Pneus | 120/70 R17 ; 180/55 R17 |
Dimensões e Preço
Altura do assento | 820 mm |
Distância entre eixos | 1535 mm |
Capacidade do depósito | 20,4 L |
Peso | 238 Kg |
Preço | Desde 14.100 € (Versão DCT desde 15.100 €) |