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Por onde anda Thales Vilardi #27

Grande ícone do MX nacional, multi campeão na modalidade, já representou o Brasil no exterior e dono de um carisma sem igual, Thales Vilardi é um dos ícones da nova geração do MX Nacional, no último ano o jovem piloto sofreu uma forte queda no campeonato estadual do Espírito Santo e acabou tendo uma séria lesão na coluna. O acidente assustou a todos, pela sua gravidade e principalmente por atingir um cara tão querido no motociclismo.

O acidente aconteceu próximo ao fim da temporada e com a pausa das competições Thales segue sua recuperação, mas os fãs sentem saudades do cara e nós decidimos trocar uma ideia com ele pra saber como anda o nosso #27.

SR: Fala Thales, como andam as coisas por aí cansado de descansar já? Manda um alô pra galera do site   para começarmos esse papo de hoje.

TV: Fala galera do  , saudades de todos! Agora estou bem melhor, pegando firme na fisioterapia, mas ainda sem idéia do que vai acontecer nesses próximos meses. Aproveitando esse tempo com a família e amigos por agora e focado em ficar 100%.

SR: Como foi para você o dia do acidente, conte para nós como tudo aconteceu naquele dia?

TV: Foi o maior susto da minha vida/carreira. Eu estava em uma etapa do Campeonato Capixaba de MX (que disputo à alguns anos já) e na primeira bateria logo no começo, eu acabei virando de frente em uma pequena mesa. O tombo em si não foi nada absurdo, porque era um salto pequeno. Quando eu saltei e vi que ia virar de frente eu abandonei a moto no ar e cai. Talvez eu abandonei muito antes do tempo e vim muito alto. Quando bati no chão, eu já bati sentado, e nesse impacto direto eu tive a explosão da vértebra L1. Todos esperavam que eu fosse levantar como toda vez, mas na mesma hora eu tentei levantar e já não sentia as pernas, não sentia o quadril, não tinha ação alguma ali no chão. Graças a Deus eu fiquei o tempo todo consciente e não deixei ninguém colocar a mão em mim de qualquer jeito. Fui removido da pista, meu pai o tempo todo comigo, minha mãe desesperada no telefone porque ela estava em casa em São Paulo. No primeiro hospital fiz os exames e o primeiro médico que olhou disse que eu tinha que estar preparado porque talvez eu não caminharia mais por conta da gravidade da lesão, aquilo foi uma notícia que me deixou desesperado. Eu só pedia a Deus que eu queria levantar e andar de novo. Fui transferido para outro hospital na cidade de Colatina mesmo, chegando la o médico analisou os exames, falou da gravidade da lesão mas que ainda eu tinha chances de me recuperar. Disse que eu tinha que operar lá mesmo, não poderia ser transferido para São Paulo como meus pais queriam, porque no transporte poderia agravar ainda mais a lesão e ai sim diminuiria qualquer chance que eu teria de voltar a andar. Fiquei 2 dias esperando para fazer a cirurgia por conta do inchaço da medula, e esses foram os dois dias mais longos da minha vida, deitado olhando para o teto sem sentir as pernas. Na terça feira de madrugada minha mãe chegou e na terça a tarde eu fiz a cirurgia , quando acordei a noite, já estava sentindo e mexendo minhas pernas. Foi um alívio muito grande. Fiquei mais 10 dias em Colatina, fazendo os primeiros passos na fisioterapia, reaprendendo a andar, reaprendendo a coordenação motora, esperando o médico me dar alta para que eu voltasse pra casa e continuasse a recuperação. Não foi fácil. Tenho que agradecer muito também aos meus amigos do ES que me deram o maior apoio nesses dias lá.

SR: Após voltar para casa como ficaram os pensamentos em relação a moto e as competições? Os fãs podem esperar ver o #27 de volta as competições profissionais?

TV: Não vou mentir, fiquei praticamente o mês de Novembro todo deitado, precisei da ajuda da minha família para fazer tudo por mim em casa porque nem da cama eu conseguia levantar sozinho, fiz o mínimo de fisioterapia na cama, sentindo muitas dores, sem dormir…então nesse tempo não tive vontade alguma de olhar para a oficina aqui em casa e ver as motos haha. Mas com o passar do tempo fui melhorando e claro que a vontade vai voltando. Já fui em alguns treinos assistir, comecei a dar algumas aulas de motocross para os amigos, não perco uma etapa do AMA SX, do MXGP (até o corona vírus chegar né). Ainda é cedo para falar de voltar, estou em fase de recuperação e nenhum dos meus médicos garantiram meu retorno 100% a nível profissional, estou focado por agora em recuperar primeiro para ter uma vida normal, e depois começar a fazer testes físicos para ver como a lesão responde e ai sim pensar na volta ao motocross. É uma questão de respeitar o tempo, as etapas da recuperação e ter muita paciência.

SR: Desde então como você vem passando os dias, os tratamentos, como está a recuperação?

TV: No começo foi muito difícil, a vida teve uma mudança muito grande, não só na rotina, no dia a dia, mas também no modo de pensar. Aqueles dias no hospital foram cruéis e me forçou a pensar em muita coisa. Mas sempre temos que tirar coisas boas dos momentos ruins, e tenho aproveitado muito com minha família e amigos que eu não encontrava à muito tempo. Em Fevereiro voltei ao médico e tirei o colete parcialmente, ele me liberou para começar a segunda fase da fisioterapia, que é a parte de mobilidade e estímulo muscular. Meu fisioterapeuta Francis tem me ajudado muito todos os dias nessa fase, estou me sentido bem melhor a cada semana, sou muito grato a ele por isso. Porém nada de atividades físicas ainda. Agora em Abril eu volto ao médico e espero que já evolua para algo novo e siga assim até eu ficar 100%. Outra coisa muito boa também, que eu decidi voltar a estudar e fazer Educação Física, uma coisa que eu sempre tive vontade. Tem me ajudado muito a ocupar a cabeça e também a pensar no futuro.

SR: Nesse momento de 0 a 10 como está o Thales?

TV: Agora em Abril, digamos que 6 vai!!! (risos)

SR: Você sempre foi um cara de muitos contatos principalmente com as marcas que atuam no cenário nacional, como ficam os projetos da Subs27 para prosseguir quando tudo voltar a acontecer?

TV: Minha vontade e do meu pai, assim como do Leandro Subs é manter nossa equipe SUBS27. Queremos ajudar mais nas categorias de base de alguma forma, que estão muito esquecidas no Brasil. Por agora, esse ano vamos para o Brasileiro de Motocross com nosso piloto Henrique Henicka que sobe para a MX2jr e MX2. E tenho muito a agradecer a SUBS27, MULT REAL, ASW, EDGERS, MX TECH, MARCOS NEGRETTI, MORPHOLOGIC BH por continuar comigo independente do que for acontecer nesses próximos meses.

SR: E a vontade de andar de moto, como está controlando esse vício?

TV: Nesses últimos tempos com a evolução na fisioterapia, a vontade tem aumentado. Mas estou fazendo de tudo para não me cobrar muito, ou ficar com tanta esperança que vai acontecer tão cedo. Estou levando dia a dia a recuperação, quero ficar bem logo, e ai sim pensar na moto. Mas enquanto isso sempre assisto corridas, vejo meus videos antigos no youtube, corridas minhas bem antigas para matar a saudade, e assim vai. Sempre tentando manter a cabeça ocupada.

SR: Após a recuperação completa, caso haja planos de voltar a pilotar como vai prosseguir com a sua carreira?

TV: Eu ainda não pensei nisso de verdade. De alguma forma quero me manter no esporte, que seja correndo, que seja dando aulas, que seja com minha equipe. Motocross sempre foi a minha vida, e meu plano sempre foi me manter no esporte o máximo que eu conseguisse. Mas depois dessa lesão, muita coisa mudou e vamos ver no que vai dar. Tenho muita vontade de voltar a correr o Enduro Fim também, uma modalidade que eu aprendi no ano de 2019 e gostei muito, quem sabe não volto nas trilhas também.

SR: Agradecemos a atenção e o carinho de sempre, admiramos muito você e a sua carreira no nosso esporte e desejamos todo sucesso do mundo do modo que você decidir seguir seus planos, deixe aqui sua mensagem pra galera do site  .

TV: Agradeço a toda galera do   pelo espaço, e parabéns pelo novo integrante da família!! Agradeço as mensagens positivas que eu recebi desde o momento que cai até hoje, de pessoas que me incentivam, que querem me ver de volta nas pistas. Agradeço muito a Deus por estar de pé hoje e me recuperando, meus pais, minha irmã Nayra, toda minha família pelo apoio nos momentos bons e ruins, meus patrocinadores, meus amigos e a todos os fãs por toda força nesses últimos tempos. Espero rever todos em breve, saudades de todos! Fiquem bem!!

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