Foram 382 km contra o relógio. Carros batendo a marca de 214 km/h e motos 170 km/h. Resultados dodia: Empate no décimo de segundo nas Motos; diferença de 1s nos Carros e de 10s nos UTVs. Épressão em alto grau. Uma edição que já era especial e histórica para o Sertões BRB se tornou aindamais ao fim da quarta etapa de 14, que ligou Campo Grande a Costa Rica, no Mato Grosso do Sul,nesta terça-feira (30). E amanhã o desafio será gigante: a maior especial desta edição: 527 km.
O empate entre as motos ficou entre Bissinho Zavatti (Honda CRF 450RX/Honda Racing) e o francêsAdrien Metge (Yamaha WR 450F/IMS Yamaha) que gastaram as mesmas 4h14min33s4 para percorrer os382 km da especial do dia. Fato inédito, que só confirma a competitividade e o alto nível técnico daprova.
Para efeito de classificação, Metge foi o vencedor do dia devido ao critério de desempate previsto emregulamento: o posicionamento na primeira especial. Bissinho mantém a liderança na geral, 1min23 àfrente do francês.
A disputa nos UTVs voltou a ter a família Varela nas primeiras posições. Bruno e Gabriel Bortolanzasuperaram os bicampeões Deninho Casarini e Ivo Mayer (Cam-Am Maverick/Can-Am Factory) por 10s.Na geral, Rodrigo Varela e Matheus Mazzei (Can-Am Maverick/Varela Racing) se tornaram a quartadupla diferente a liderar, 2min01 à frente de Fábio Pirondi e Marcelo Ritter (Can-Am Maverick/Cotton).
Bruno Varela vence a etapa do dia (Foto: Doni Castilho)
Especial mais longa
A quarta-feira do Sertões BRB promete um choque de realidade nos competidores. Afinal, a quintaetapa (Margens Plácidas) reserva a mais extensa especial da edição dos 30 anos, com 527 quilômetros.Além disso, conta praticamente com todo o tipo de piso e condições: trechos estreitos com mata-burros em areia; outros muito velozes com lombas; travessias de rios, trial, erosões, pontes e estradasde fazendas. Um teste completo que exigirá bastante de pilotos, navegadores e máquinas.
Adrien Metge, vencedor da etapa Motos
“Foi uma especial muito aberta e rápida em boa parte, mas houve uns 60 quilômetros mais travados earenosos. Nunca tinha terminado uma especial empatado até nos décimos de segundo, acho que achance de isso acontecer é menor que de ganhar na loteria”.
Bruno Varela, vencedor UTVs
“Um dia muito rápido e extenso, muitas lombas, mas conseguimos completar sem problemas eacabamos com a vitória. Agora começa uma sequência muito pesada, com a etapa mais longa e asduas maratonas. É tentar preservar o carro, mas precisamos atacar para brigar pela vitória geral”.
Etapa 4 – Nossos Bosques – 30/8 – terça-feira
Campo Grande (MS) – Costa Rica (MS)
DI – 64 – TE- 382 – DF – 31 = TOTAL: 477
Resultado
MOTOS
1) #01 Adrien Metge, Yamaha WR 450F, (1)MT1, 4h14min33s4
2) #06, Bissinho Zavatti, Honda CRF 450RX, (1)MT2, mesmo tempo
3) #19 Gabriel Soares, Honda CRF 450RX, (2)MT2, 4h19min17
4) #04 Ricardo Martins, Yamaha WR 450F, (2)MT1, 4h17min55
5) #02 Jean Azevedo, Honda CRF 450RX, (3)MT1, 4h18min42
UTV
1) #215 Bruno Varela/Gabriel Bortolanza, Can-Am Maverick, (1)UT1, 4h25min12
2) #301 Deninho Casarini/Ivo Mayer, Can-Am Maverick, (2)UT1, 4h25min23
3) #212 João Pedro Franciosi/Cesar Valandro, Polaris RZR Pro R, (3)UT1, 4h25min34
4) #216 Rodrigo Varela/Matheus Mazzei, Can-Am Maverick, (4)UT1, 4h25min58
5) #205 Fábio Pirondi/Marcelo Ritter, Can-Am Maverick, (1)UT2, 4h27min29
Classificação geral
MOTOS
1) #06 Bissinho Zavatti, Honda CRF 450RX, (1)MT2, 14h17min02
2) #01 Adrien Metge (FRA), Yamaha WR 450F, (1)MT1, a 1min23
3) #04 Ricardo Martins, Yamaha WR 450F, (2)MT1, a 7min11
4) #21 Martin Duplessis (ARG), Honda CRF 450RX, (3)MT1, a 17min07
5) #02 Jean Azevedo, Honda CRF 450RX, (4)MT1, a 20min34
UTV
1) #216 Rodrigo Varela/Matheus Mazzei, Can-Am Maverick, (1)UT1, 14h35min31
2) #205 Fábio Pirondi/Marcelo Ritter, Can-Am Maverick, (1)UT2, a 2min01
3) #203 Cristiano Batista/Robledo Nicoletti, Can-Am Maverick, (2)UOP, a 2min11
4) #301 Deninho Casarini/Ivo Mayer, Can-Am Maverick, (2)UT1, a 5min07
5) #215 Bruno Varela/Gabriel Bortolanza, Can-Am Maverick, (2)UT1, a 4min18
Etapa 5 – Margens Plácidas – 31/8 – Quarta-feira
Costa Rica (MS) – Barra do Garças (MT)
DI – 87
TE – 527
DF – 23
TOTAL: 637
Se você visitar alguns trechos da quinta especial do maior Sertões da história na época “errada”, vocênão conseguirá ver as estradas. Isso porque, na época da cheia, elas ficam inundadas pela grandequantidade de rios e afluentes que cortam as pequenas vias vicinais que serão caminho das máquinasdo rally. Mas é em agosto, época de seca, que elas dão as caras, sem deixar de apresentar pequenoslagos e poças ao longo do percurso que formam as Margens Plácidas ao redor da prova.
Mas de “plácida” esta etapa não tem nada! Será a maior especial da edição 2022 e exigirá muitaestratégia das equipes que quiserem triunfar ao final da especial cronometrada. Isso porque, dos trêspontos de abastecimento da prova, somente dois deles serão acessíveis para as equipes de apoio. Naprática, isso significa que equipes menores terão de se unir (uma levando combustível para a outra)para evitar as panes secas.
O roteiro já foi desenhado para ser duro, mas a natureza também contribui para deixar a prova maisdesafiadora. Para escoar as águas da cheia, as estradas são repletas de lombas e pequenas travessiasde rios que podem desestabilizar pilotos experientes em uma prova tão longa e exaustiva como esta.
Mas água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Após tantos desafios, o final da especialbrinda os competidores com a linda visão do cânion do Rio Café, um pequeno cânion incrustado nasterras do Mato Grosso seguida de um trecho de um chapadão de areia que termina com o encontro doRio Garças com o rio Araguaia.
A prova chega em Barra do Garças, a cidade que fica entre estes dois rios. Aparentemente pequenanos dias de hoje, ela já ostentou um título invejável! Até 1948, com 273 quilômetros quadrados, Barrado Garças era o maior município do mundo!