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SUPERMOTO – UM TESOURO ESCONDIDO

“Nesse período descobri o quanto o Supermoto é um esporte apaixonante, extremamente viável, mas que sempre derrapou nas suas próprias curvas. Levei tempo para entender o que impedia o esporte de deslanchar e alcançar patamares das grandes competições sobre 2 rodas no Brasil.”

Salve, salve amigos da COLUNA GALERA SHOW!

Hora de sairmos um pouco dos autódromos e entrarmos nos Kartódromos para descobrir uma das modalidades mais divertidas que o mundo das duas rodas possui.

Não é novidade para a grande maioria daqueles que acompanham meu trabalho que iniciei no mundo das duas rodas em provas de Supermoto. Foram anos (2012 à 2019) fazendo a locução de provas do Campeonato Paulista, Brasileiro, além de corridas isoladas de pré-temporada ou comemorativas.

Nesse período descobri o quanto o Supermoto é um esporte apaixonante, extremamente viável, mas que sempre derrapou nas suas próprias curvas. Levei tempo para entender o que impedia o esporte de deslanchar e alcançar patamares das grandes competições sobre 2 rodas no Brasil.

Como aceitar que um esporte que atraia pilotos / adeptos do motovelocidade, do motocross e de tantas outras modalidades do mundo das 2 rodas não conseguia ganhar corpo, se estabelecer como um esporte viável (financeiramente e desportivamente) e atraente como vitrine para marcas e novos praticantes?

Se buscarmos conversar com cada um que viveu e conheceu o esporte de perto durante esse período que menciono, ouviremos várias versões para esse insucesso ou pouco sucesso. Ouviremos versões lúcidas, com coerência, mas que no fundo vêm carregadas de desejos próprios, que na maioria das vezes, passavam longe daquilo que seria ideal e saudável para algo coletivo, ou seja, o crescimento do esporte.

Em sua versão original, ou, “raiz”, o esporte mistura o “on” e o “off” road, uma média de 75% de asfalto e 25% de terra. Algo que seria “o mundo ideal” e plasticamente mais atraente para apresentação do esporte. Porém, algumas dificuldades para essa realidade devem ser consideradas ao olharmos para trás. Certamente essa visão serve para entendermos o porquê muitos organizadores desse período se esforçaram, tentaram, relutaram, mas, maioria dos casos, foi o que fez com que o barco naufragasse. Vou apontar abaixo alguns pontos e neles veremos muito do que acontecia e que certamente um dia (torço eu) possamos buscar a equação ideal para o esporte.

Vamos olhar para o que tínhamos e que serve até hoje como aspecto a ser analisado. Temos circuitos que realmente são “KARTÓDROMOS” e não “MOTÓDROMOS”. Circuitos que tem como principal fonte de renda eventos com os carros pequenos e, portanto, zelam pelos seus interesses. Para ser mais direto, qual administrador de Kartódromo vai permitir que sejam colocados caminhões e mais caminhões de terra para montar a parte do “off road” para a realização do evento e depois ter que conviver com os seus fieis clientes do kart reclamando da sujeira da pista?

Nessa tentativa de manter o circuito misto (on e off road), muitos pilotos do motocross não participavam de algumas provas pois achavam caro participar dos campeonatos (a preparação das motos, valores de inscrição e preço dos pneus), eles tomavam como base de valores o que pagavam no motocross. Por outro lado, pilotos do motovelocidade não viam com bons olhos acelerar no piso de terra com pneus slick. Com esse dilema e essa insistência o esporte se viu com orçamento justo e tendo um grupo aproximadamente 20 pilotos fiéis ao esporte.

Ao mesmo tempo que se mostravam fiéis à modalidade, eles também se caracterizavam pela defesa dos interesses próprios, obviamente que não posso ser injusto e generalizar e colocar todos no mesmo balaio, mas não há como negar, alguns de forte influência tinham peso importante nas tomadas de decisões e divergiam em relação a elaboração de calendários, regulamentos, etc.

Mesmo com todas essas dificuldades o espetáculo acontecia, corridas memoráveis, pilotos de altíssimo nível, apaixonados pelo esporte e entregando tudo que podiam nos mais variados kartódromos. No Estado de São Paulo, Registro, Interlagos, Barra Bonita, ECPA (Piracicaba), Limeira, Praia Grande, Itú, Jaú, Araraquara, dentre outros. Também testemunhei e narrei grandes corridas em outras pistas pelo Brasil, Speed Way em Balneário Camburiú- SC, Goiânia-GO, Itajubá-MG.

Bom, mas isso passou, já foi, e agora?

O esporte segue vivo, com suas competições mundo a fora e muitas vezes sendo visto também nos treinos dos grandes nomes do motovelocidade mundial. No Brasil, não temos nesse momento nenhuma competição nacional acontecendo, porém, competições regionais vêm acontecendo e, ao meu ver, com uma dinâmica diferente daquilo que se buscava anteriormente e que me parecem mais viável e podendo dar uma nova cara para a modalidade. Essa nova dinâmica de negócio vem tornando a modalidade uma espécie de “motovelocidade reduzida”, corridas com motos de menor cilindradas, sem uso da terra e separada por categorias que atendam características como tipo de moto (motard, speed), nível de pilotagem, cilindrada, preparação, dentre outras.

Vou destacar aqui dois trabalhos que para mim servem com referência saudável de negócio.

O trabalho desenvolvido pelo Juninho Trudes que já a algumas temporadas organiza a JT72 Cup, com boa parte das suas provas acontecendo no Kartódromo de Registro. Além do campeonato Juninho também organiza anualmente a 172 Milhas Noturnas, usando a mesma pista como palco.

Outro campeonato que também já tive a oportunidade de acompanhar de perto e vejo crescer a cada etapa é a Copa SC, antiga Copa PAE. Organizada pelo piloto de motovelocidade Peterson Luiz, o “Peterson Pet” e usando pistas catarinenses como a Speed Way em Balneário Camburiú, o Kartódromo dos Ingleses em Florianópolis e o Kartódromo de Joinville, o campeonato segue o mesmo formato de competições.

Além disso, outras atividades como sessões de Track Day e treinos são realizados kartódromos a fora e quem sabe um dia não ganham forma de competições?

Minha torcida é que realmente surjam mais provas e que o Supermoto possa voltar a ganhar o seu formato nacional.

Vamos chegando ao fim de mais uma edição, caso queira sugerir algum tema ou queira conhecer um pouco mais sobre esse que vos escreve mensalmente, vai lá no Instagram @ale.eiras.narrador .

No mais, não esqueça de clicar na logo da 2MT Motorsport para conhecer os produtos e as novidades que por lá não param nunca.

E para terminar daquela forma que vocês já conhecem.

Imagens gentilmente cedidas pelos organizadores Juninho Trudes e Peterson “Pet”

Forte abraço GALERA SHOWWWWW!!!

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