AO Motocross começou no Estado do Rio de Janeiro em 1973 com uma corrida nas areias da praia do Leme. O tempo fechado e meio chuvoso não impediu…
O Motocross começou no Estado do Rio de Janeiro em 1973 com uma corrida nas areias da praia do Leme. O tempo fechado e meio chuvoso não impediu a presença do público que ficou em pé em volta da pista. Foi um evento que confesso que nem sei quem organizou mas estive presente e conferi que, além dos pilotos do Rio de Janeiro, apareceram alguns de São Paulo que já tinham tido algumas participações na modalidade porque as corridas em São Paulo começaram um ano antes, em 1972, e a primeira foi em 1971, no Paraná.
Depois dessa corrida na praia do Leme vencida pelo “Touro do Paraná”, Nivanor Bernardi com Luizmar “Chaveta” Muniz em segundo, foi realizado o primeiro estadual numa pista construída no Clube Luso Brasileiro no bairro Campo Grande. A pista era basicamente plana e o salto maior era sobre uma manilha de concreto grande, dessas que usam em tubulação de esgoto. Colocaram a manilha no terreno e colocaram terra paras as rampas de subida e descida. A pista estava pronta.
Para esse primeiro campeonato apareceram muitos proprietários de motos trail que foram se aventurar. Das motos especiais de competição eu me lembro das Suzuki do “Chaveta” e de seu irmão, Delmar “Contrapino” Muniz. Os irmãos se dividiram. “Chaveta” correu na 250cc e “Contrapino” na 125 cc e os dois se sagraram os primeiros campeões do motocross no Estado do Rio de Janeiro. “Chaveta” faleceu em março de 2016 após sofrer um enfarto andando de bicicleta e “Contrapino” continua em atividade na sua oficina, na Rua Ceará, aos 86 anos, com os filhos Delmar e Renatinho.
Depois da fase no Luso Brasileiro o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro foi para outras cidades. Destaque para Miguel Pereira mas me lembro bem de corridas em Vassouras, Araruama, Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e outras. A maior frequência das corridas foi em Miguel Pereira e na Fazenda Santa Rosa onde foi a festa de comemoração dos 50 anos do esporte no estado.
Assis “Ninô” Paim Cunha e sua esposa, Glorinha, que criaram a reunião anual dos veteranos e deram o nome de Legendas, realizaram a 8ª edição em 2023 comemorando também os 50 anos do motocross no Estado do Rio de Janeiro.
Da primeira geração que competiu oficialmente nos anos 1970, com mais assiduidade, registrei a presença de Rogério “Maluco” Marques, Fausto Macieira, Mário Calcia, Márcio Campos, Paulo Lira, Ybere matorim, Marcinho Matz, o organizador “Ninô” Paim e seu irmão Beto Paim. Nessa década eu participei de algumas provas muito amadores e por isso não me incluo nesta lista mas como jornalista e apaixonado pelo esporte acompanhei todas as provas que pude.
Depois vieram os anos 1980 com uma fase áurea e competições inesquecíveis como o Hollywood Motocross, o Festival Brasileiro de Supercross dentro do Pavilhão de São Cristovam, o Campeonato Brasileiro patrocinado pelos cigarros Malboro, o Estadual do Rio de Janeiro com os cigarros Hollywood e a Petróleo Ipiranga patrocinando, foi uma festa. Vimos o surgimento das categorias com motos nacionais e a chegada com mais facilidade das importadas. A gama de pilotos que surgiram nos anos 1980 foi enorme e muitos estiveram na confraternização da Fazenda Santa Rosa. Colocar uma lista aqui seria difícil porque certamente esqueceria alguns nomes.
Chegaram os anos 1990 e com eles a popularização do Supercross. O Hollywood passou a ser Supercross e também teve o Hollywood Supercross de Praia, Skol Supercross e junto as provas de motocross com tantos outros campeonatos estaduais e regionais além do Brasileiro. Nos anos 1990 é que as motos importadas chegaram com mais força por causa da liberação das importações. No início da década de 1990 o Brasil produzia 146.000 motos e terminou a década produzindo 473.000. A produção mais que triplicou mas no esporte não foi assim. A proibição do patrocínio das marcas de cigarros acabou com grandes campeonatos e enfraqueceu outros. Já nos anos 2000 vimos uma proliferação de categorias e uma pulverização de campeões. Também chegou uma nova modalidade, o Velocross. Contei no site da Confederação Brasileira de Motociclismo quase duas dezenas de categorias juntando Motocross e Velocross. No mesmo site não aparece discriminada a categoria Supercross mas temos que destacar nesta modalidade o Arena Cross que está completando 25 anos de sucesso.
