No acumulado do ano, setor registra alta de 47,5% com a fabricação de 463 mil unidades
As fabricantes de motocicletas instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) produziram 103.792 unidades em maio, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo. Segundo levantamento da associação, o volume é 15,1% menor que o registrado no mês anterior (122.220 motocicletas). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando as fábricas localizadas no Polo Industrial de Manaus (PIM) produziram apenas 14.809 unidades, houve alta de 600,9%. Naquele período a capital amazonense foi fortemente impactada pela primeira onda do coronavírus e as fábricas estavam retomando, gradativamente, suas atividades.
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, afirma que o setor mantém sinais de recuperação. No acumulado de janeiro a maio, a produção de motocicletas totalizou 463.413 unidades, volume similar ao registrado em 2019, período pré-pandemia, quando foram fabricadas 468.984 motocicletas. “No momento, as fábricas mostram uma curva de recuperação. No entanto, estamos apreensivos em relação ao ritmo do avanço da pandemia nos próximos meses”, avalia. “É preciso acelerar o programa de vacinação para trazer tranquilidade na gestão das nossas fábricas”, completa.
Em relação à distribuição, o executivo afirma que as fabricantes estão regularizando a entrega de motocicletas gradualmente para as concessionárias. “O estoque ainda é baixo e acreditamos que, em poucos meses, conseguiremos normalizar a situação e acabar com a fila”, diz Fermanian.
Diante desse cenário, o executivo acredita que o mercado deve continuar aquecido nos próximos meses. A projeção da associação para este ano é produzir 1.060.000 motocicletas, alta de 10,2% na comparação com 2020.
Vendas no varejo
Com 110.376 unidades licenciadas em maio, as vendas no varejo alcançaram o melhor resultado do ano. Esse é, também, o melhor desempenho para o mês, desde 2014, que teve 126.701 unidades emplacadas. Na comparação com abril, que teve 94.654 motocicletas emplacadas, o volume foi 16,6% maior. Em relação ao mesmo mês de 2020, houve alta de 278,1%. Em maio do ano passado, as vendas no varejo totalizaram 29.192 unidades.
De acordo com Fermanian, a fila de espera pode chegar a 45 dias para os modelos da categoria Street, que é bastante utilizada pelos entregadores de aplicativos. Já para as motocicletas premium e de uso misto, que têm demanda menor, a fila está normalizada.
A Street liderou o ranking das categorias mais vendidas. Em maio foram emplacadas 54.714 unidades, o que corresponde a 49,6% de participação do mercado. Em segundo lugar, ficou a Trail (24.028 unidades e 21,8% de participação), seguida pela Motoneta (14.941 e 13,5%).
Confira o ranking:
Com 21 dias úteis, a média diária de vendas em maio, foi de 5.256 unidades. Na comparação com abril, que teve um dia útil a menos e média diária de 4.733 motocicletas licenciadas, houve alta de 11,1%. Em relação a maio do ano passado, que também contou com 20 dias úteis, o aumento foi de 260,1%. Naquele mês, a média foi de 1.460 emplacamentos/dia.
Os emplacamentos no acumulado do ano totalizaram 410.474 unidades, volume 34,9% superior às 304.286 motocicletas licenciadas no mesmo período de 2020. As posições do ranking foram mantidas: Street (201.550 unidades e 49,1% do mercado), Trail (84.653 unidades e 20,6%) e Motoneta (54.541 unidades e 13,3%).
Exportações
Em maio, foram exportadas 4.410 motocicletas, volume 3,1% superior às 4.276 unidades registradas em abril e 1.768,6% maior que o mesmo mês do ano passado (236 unidades).
De acordo com dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, o principal destino foi a Colômbia, com 1.364 unidades e 29,8% do volume total exportado. Em segundo lugar, ficou a Argentina (1.358 motocicletas e 29,7% do total exportado), seguida pela Austrália (952 unidades e 20,8%).
De janeiro a maio, as exportações totalizaram 21.851 unidades, o que corresponde a uma alta de 191,9% em relação ao mesmo período de 2020 (7.487 motocicletas).
Os embarques para a Argentina somaram 6.920 unidades e representaram 30,8% do volume exportado. Na sequência do ranking, vieram os Estados Unidos (5.537 motocicletas e 24,7% do total exportado) e a Colômbia (4.249 unidades e 18,9%). “As motocicletas exportadas para mercado norte americano são, principalmente, do modelo off-road e comprovam que o produto nacional tem alto valor agregado, tecnologia avançada e atendem aos mercados mais exigentes”, afirma Fermanian.
Frases de Marcos Fermanian – Presidente da Abraciclo
“O setor de motocicletas mantém sinais de recuperação. A queda no desempenho em maio já era esperada, pois uma associada suspendeu temporariamente algumas linhas de produção. No entanto, analisando o volume acumulado desde janeiro, temos números bem próximos ao patamar registrado em 2019, período pré-pandemia.”
“No curto e médio prazos, o cenário da indústria ainda está indefinido, principalmente por conta da pandemia que traz riscos como uma terceira onda e cidades em lockdown. É preciso acelerar o programa de vacinação para a retomada da economia.”
“Aos poucos, estamos regularizando a entrega de motocicletas para as concessionárias. O estoque ainda é baixo e acreditamos que, em poucos meses, conseguiremos normalizar a situação e acabar com a fila.”
“As motocicletas exportadas para o mercado norte americano são, principalmente, do modelo off-road e comprovam que o produto nacional tem alto valor agregado, tecnologia avançada e atendem aos mercados mais exigentes.”
Crédito: Abraciclo