Elas dominam a compra de alguns modelos e em 5 anos já elevaram em 50% o volume de carteiras expedidas pelo Detran.
Com a participação de 60% do público feminino nas vendas do modelo BIZ 125 da Honda, cada vez mais a marca aumenta o share na participação do mercado justamente por algumas características que justificam o aumento deste número no mercado, principalmente devido o modelo ser mais leve, por ser de fácil passagem no trânsito, revenda nos semi-novos e por fim pelo desempenho de quase 50 km por litro.
Desde o seu lançamento em 1998, este modelo já se prepara para utlrapassar o número de 4 milhões de unidades vendidas no país, sendo que das quais 1,8 milhão de Honda Biz foram compradas pelas mulheres.
Estes são números expressivos que também aparecem na habilitação para a categoria A, exigida para veículos de duas (ou três) rodas. Segundo dados do Denatran, o número de mulheres habilitadas para pilotar motos cresceu mais de 50% em cinco anos. Em 2012 existiam 4,51 milhões de carteiras A expedidas para o sexo feminino e esse número saltou para 6,77 milhões em 2017. Em porcentual, o maior crescimento está entre as mulheres acima de 50, com aumento de 135%. Entre as de 41 a 50 anos o crescimento foi de 73% no ano passado.
De acordo com Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, associação que reúne os fabricantes, um dos motivos que levam as mulheres a buscar a moto é a praticidade de locomoção. “E as fábricas têm desenvolvido produtos que se encaixam nessa necessidade, como os scooters”, diz. Com a procura aquecida por parte das mulheres, este foi o subsegmento que mais cresceu até este ano: foram cerca de 32%. Já o setor como um todo registrou alta inferior a 10% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado.
De acordo com a Honda, cerca de 40% de seus scooters saem das concessionárias pilotados por elas. “O público feminino é de extrema importância em segmentos de entrada como scooters, CUBs (motonetas), ciclomotores e motos urbanas”.
Outras marcas também investem forte neste segmento, pois principalmente a boutique para as mulheres é um ótimo negócio sendo que este é um público sempre fiel á marca que procura andar na moda com produtos personificados. A marca de capacetes Helt desenvolveu o modelo Polar “pink fosco” que é um grande sucesso nas vendas. A coordenadora de Marketing da empresa Motociclo, Ana Paula do Val, justifica a razão pelo foco da marca acreditar neste mercado: ” O mundo das mulheres pilotando motos está passando por uma fase positiva. Assim, basta olhar em volta para ver mais e mais meninas e senhoras indo para a academia, para o trabalho, faculdade e até mesmo competindo. Elas literalmente saíram da garupa e foram pilotar nas ruas”.
A motociclista, digital influencer e apresentadora Amanda Pagliari destaca seu sentimento após acompanhar este crescimento pelo público feminino através das duas rodas no trânsito. “Acho incrível. Quando comecei andar de moto em 2009 era muito difícil ver mulheres pilotando, quase raro. Porém isso mudou, já aconteceu de parar no farol e só ter mulher de moto. No interior por exemplo, onde o trânsito é mais comum e há uma deficiência no transporte público vejo um grande número de mulheres pilotando. Arcedito que no futuro seremos em torno de 50%” frisa ela.
Alguns anos atrás no Salão Duas Rodas em São Paulo, a Honda fez questão de levar uma SH-150 (conceito) com personalização voltada ao público feminino, pois tinha muitos acessórios que lembravam a marca Louis Vuitton. Claro que foi um grande sucesso já que a montadora se preocupou em personalizar o modelo com todos detalhes voltado para este público.
Devido o mercado ter inúmeras marcas com diferentes preços e qualidades, as mulheres ao contrário dos homens, preferem comprar produtos mais caros justamente por serem mais exigentes á qualidade das peças que utilizam na moto. Isso faz com muitas marcas de ponta continuem apostando neste nicho que só tende a crescer ano após ano, elevando assim o padrão de qualidade da demanda do mercado de motos.