Na sexta etapa, a categoria de motos percorreu o percurso que os carros e camiões haviam percorrido na véspera – e vice-versa, o que não terá sido uma boa opção da organização. Daí resultou uma etapa muito curta, 101 km a contar para o resultado final, que não deixou ninguém satisfeito e muito menos o vencedor da especial Daniel Sanderes… que queria prosseguir para aumentar a sua vantagem sobre os adversários. E, pior que isso, terá que abrir a etapa no domingo, após o dia de descanso.
Com o lábio inferior costurado, Daniel Sanders não só parece bastante ousado, como também o é realmente. Quando alguns pilotos das motos se reuniram na primeira zona de neutralização e descreveram a etapa antes do dia de descanso como muito perigoso, o piloto de 27 anos riu-se disso.
“Parámos para reabastecer e muitos pilotos reclamaram sobre como era difícil e como era perigoso com as pedras. Achei muito fácil. Limitei-me a seguir o meu ritmo e senti-me muito confortável com o terreno e a situação. Mas não tive a sorte do meu lado e eles encurtaram a etapa para que eu não pudesse aumentar o muito tempo”, disse o piloto da GasGas.
Como vencedor da etapa, Sanders terá a tarefa de abrir a sétima etapa no domingo. “É assim que parece. Temos um dia de descanso e depois tenho de abrir a próxima etapa”, ponderou o rápido australiano.
Danilo Petrucci (KTM) teve que abrir o dia de corrida no rali mais difícil do mundo pela primeira vez, mas o italiano, que não evitou uma queda, cedeu a liderança para Ross Branch que também iria experimentar o solo minutos depois. O piloto da Yamaha também teve azar ao abrir o percurso. Quando caiu, antes do primeiro ponto de referência, o natural de Botswana sofreu hematomas dolorosos e foi transportado para um check-up médico. Permanece a dúvida se continuará em prova. Como muitos pilotos tiveram problemas para chegar ao waypoint a 100 km, o dia da corrida terminou prematuramente.
Nessa curta distância, nenhum piloto foi capaz de fugir ou alcançar o jovem australiano. A vitória do dia ficou então na posse de Daniel Sanders com um tempo total de 51m43s, surreal numa etapa do Dakar! Sam Sunderland, o atual líder do rali terminou a 2m26s do companheiro de equipa da GasGas, praticamnte com Matthias Walkner (KTM) colado a si, terceiro mais rápido na etapa. Sequiram-se na classificação as duas Honda de Pablo Quintanilla e Ricky Brabec, com o jovem estreante-sensação Mason Klein (KTM) a fechar a classificação dos seis primeiros.
Joaquim Rodrigues fechou o top 10 como melhor português, Rui Gonçalves foi 17º e António Maio 20º.
Agora, o Dakar 2022 fará uma pausa no sábado. Uma pausa bem-vinda para pilotos como Joan Barreda (Honda), Sunderland e muitos outros para se recuperarem das quedas e das adversidades da primeira semana de corrida.
Classificação provisória da Etapa 6:
1º DANIEL SANDERS (AUS) KTM, 0h51m43s
2º SAM SUNDERLAND (GBR) KTM, +00:02:26
3º MATTHIAS WALKNER (AUT) KTM, +00:02:36
4º PABLO QUINTANILLA (CHL) HONDA, +00:03:15
5º RICKY BRABEC (USA) HONDA, +00:03:19
6º MASON KLEIN (USA) KTM, +00:03:33
7º STEFAN SVITKO (SVK) KTM, +00:04:05
8º ADRIEN VAN BEVEREN (FRA) YAMAHA, +00:04:10
9º TOBY PRICE (AUS) KTM, +00:04:16
10º JOAQUIM RODRIGUES (POR) HERO, +00:04:29