No último dia 01/10 aconteceu a grande final das seletivas brasileiras do GS TROPHY. Mas o que é o GS TROPHY?
Salve, salve galera!!!
Amigos leitores resolvi trazer uma edição especial para a “COLUNA ALÊ EIRAS”, essa é uma edição completamente diferente de tudo aquilo que já vi no mundo das duas rodas e diferente de todos os temas já abordados por aqui, pois, trata-se de uma edição que foge do mundo do motovelocidade (que é sempre o nosso tema por aqui) e entra para o mundo especial das Big Trails, um universo que tem uma característica diferenciada de adeptos e que poucas vezes são colocados a prova num ambiente de competição.
No último dia 01/10 aconteceu a grande final das seletivas brasileiras do GS TROPHY. Mas o que é o GS TROPHY?
Bom, não quero tornar o nosso “papo” maçante trazendo em detalhes a origem do evento ou fazer uma leitura minuciosa do regulamento. Quero que seja um “papo” mais direto, trazendo a essência do evento e o tudo que vivenciei estando na função de apresentador/narrador de mais essa edição (minha terceira temporada na condução da comunicação “in loco” das seletivas brasileiras). Já adianto que se trata de um evento único, acredito que seja a maior competição para BIG TRAILS MONOMARCA do mundo, confesso que não conheço nada que assemelhe ao “GS TROPHY” em qualquer outra montadora.
Para vocês entender melhor o evento achei interessante inverter a ordem dos fatos, acredito que vai ser mais fácil apresentar o evento de trás para frente, ou seja, partindo do ponto final para o inicial trazendo o passo-a-passo de tudo que rolou nessa ação promovida pela BMW Motorrad e tudo que vou trazer parte da perspectiva de quem está por trás do microfone e que passou a entender e se apaixonar pelo evento a cada nova seletiva desde 2019. Então vamos lá!!
A cada 2 anos acontece a edição mundial do GS Trophy, uma competição promovida pela BMW Motorrad que reúne pilotos/clientes da marca vindos dos 4 cantos do mundo. Nessa competição os participantes passam por paisagens espetaculares e vivenciam o que há de melhor em pilotar uma BMW R 1250 GS. Trata-se de uma competição que envolve estratégia, trabalho em equipe, muita técnica sobre a motocicleta, conhecimento do equipamento e de mapas, além de uma grande capacidade de adaptação aos mais variados pisos e contratempos naturais.
A próxima edição mundial acontecerá em 2024 na Namíbia, país localizado no sudoeste da África e banhado pelo Oceano Atlântico. Um País que reuni uma fauna diversificada, com clima semidesértico, onde o calor prevalece durante o dia e o frio toma conta da noite, ou seja, estar preparado para essas condições também vão exigir bom condicionamento e ótima saúde dos participantes.
Sei que após conhecer um pouco do evento mundial você pode estar se perguntando como se faz para se participar desse evento?
Como disse anteriormente, esse é um evento para clientes da marca, ou seja, para fazer a inscrição nas seletivas dentro do país você precisa comprovar ser proprietário de algum modelo da marca dentro do nicho das “GS”, independente da cilindrada ou ano de fabricação da moto.
No caso específico do Brasil, nas últimas edições sempre foram realizadas 3 seletivas regionais e depois uma grande final com os 20 melhores de cada seletiva regional. Importante salientar que você se inscreve apenas para uma seletiva e tenta a classificação para a final através dela. Outro detalhe importante, as tarefas propostas nas seletivas em qualquer lugar do mundo passa pelos olhos da sede da BMW Motorrad na Alemanha, algumas tarefas são obrigatórias e outras podem ser acrescentadas de acordo com as particularidades do país onde estão acontecendo as seletivas, mas, tudo seguindo um padrão vindo da Matriz da marca.
Para se ter uma ideia, nas qualificatórias realizadas nesse ano de 2023 (que classificaram os participantes na edição Mundial de 2024) tivemos seletivas realizadas em Brasília-DF, Elias Fausto-SP e Carandaí-MG. Em cada uma delas se classificaram 20 participantes para a grande final que aconteceu em Bragança Paulista-SP nos dias 30/09 e 01/10. Após a realização da final, os três vencedores homens se classificaram diretamente para a Namíbia. São eles, Igor Rezende (São Paulo-SP), Tomaz André (Itapema-SC) e Fernando Dias (Barueri-SP) e duas representantes mulheres participarão das semifinais feminina que será realizada na Espanha. São elas, Duda Mikulski (Cascavel-PR) e Simone Barion (Jundiaí-SP).
Não vou negar que talvez o GS Trophy seja a experiência mais curiosa que tenho vivenciado no que diz respeito a competições nos últimos anos e vocês vão descobrir o porquê no final dessa edição.
Cada seletiva segue um “rito” que começa na sexta-feira com os procedimentos de secretária de prova (confirmação de inscrição, confirmação de propriedade da motocicleta, etc). No sábado pela manhã, utilizando sua própria motocicleta, que conforme citei anteriormente, pode ser qualquer “GS”, de qualquer ano e de qualquer cilindrada, onde o participante realiza uma prova de habilidade individual, nesta prova, ele tem uma única volta por um pequeno percurso cheio de obstáculos naturais (pedras, pequenas depressões, árvores, pequenos troncos caídos, etc) demarcados por “bumps” estreitos e com tempo pré-determinado para a conclusão, o que faz o piloto efetivamente mostrar a que veio logo em sua primeira tarefa. Nessa volta cada toque de pé no chão lhe “pune” com 1 ponto, a cada queda da motocicleta são acrescentados outros 5 pontos de “penalização” e cada saída da pista ou rompimento dos “bumps” também geram outros pontos como penalizações, além obvio, de precisar respeitar o tempo máximo para a realização da tarefa. No GS Trophy quanto menos pontos acumulados melhor, e “gabaritar”, ou seja, passar “zerado” pela prova, é um desafio alcançado por poucos.
No início da tarde do sábado um sorteio é realizado entre os participantes e temos a formação das equipes para uma prova onde o seu resultado é acrescentado a pontuação de cada piloto. Uma grande aventura de estratégia e cumprimento de tarefas sobre a motocicleta se iniciam por percursos de visual interessantíssimos e provas que testam o entrosamento da equipe, a destreza, a habilidade, a agilidade, dentre tantas outras capacidades humanas. O que mais vejo após a realização dessas tarefas são pessoas cansadas e felizes demais com a vivência. Não deixa de ser uma grande gincana ou uma gincana de gente grande. Nessa edição também tivemos o questionário de Inglês, onde se avalia o nível de entendimento da língua que será usada como comunicação na etapa mundial. O desconhecimento da língua não inviabiliza a participação do piloto, mas, não restam dúvidas que será algo que dificultará muito o bom desempenho na etapa mundial.
É incrível e indescritível ver a satisfação dos participantes no jantar após as atividades do sábado. Ao final, apura-se os resultados da prova de equipe a acrescenta-se os pontos da prova da manhã. Esse resultado é sempre muito esperado e gera grande ansiedade entre os participantes. Afinal, ao longo do dia é impossível o competidor saber como foi o desempenho dos adversários, ele só tem o controle sobre o que realiza e só toma ciência do desempenho dos demais no momento da divulgação dos resultados, o que convenhamos, é algo que mexe muito com os nervos de qualquer um.
No domingo, os melhores do sábado partem novamente para uma nova prova de habilidade, porém, encontram um percurso maior, com desafios também mais complexos e não mais utilizando suas próprias motos e sim a BMW R 1250 GS vinda da própria BMW e com ajustes iguais para todos os participantes. No final, o anúncio com os nomes dos 20 melhores que se qualificam para a prova final da seletiva brasileira.
Quando digo acima que se trata de um evento diferenciado para mim, é porque ao longo dos anos fui entendendo o que representa essa competição e o perfil da galera que participa. Um evento que não é aberto ao público, onde um competidor torce abertamente pelo outro, onde competidores, organizadores, fiscais, demais integrantes do Staff do evento se tratam em condições de igualdade e compartilham de momentos únicos e descontraídos nos momentos de divulgações de resultados. Interessante, ao longo dessas edições todas que tenho tido o privilégio de apresentar e narrar, sempre pude torcer livremente para cada participante, estou lá dentro da pista, lado a lado com os pilotos e posso brincar abertamente com cada um e está tudo certo, tudo é entendido com uma “demonstração de carinho”, a competição existe, todos querem ganhar, mas sempre é colocada momentaneamente de lado quando se trata de ajudar, de ser companheiro, seja para um reparo na moto, numa troca de informações, ou num bate papo, a integração de todos sempre se dá pelo simples fato de todos estarem ali fazendo aquilo que têm em comum. São pessoas de diferentes regiões do Brasil que se unem por uma mesma razão e se tratam como se já se conhecessem de longa data. Essa “vibe” é o que faz a diferença e que podemos chamar de “ESPÍRITO GS”.
Se você ficou curioso e quer saber mais, te convido a seguir a BMW Motorrad Brasil no Instagram @bmwmotorradbr, lá você terá muito conteúdo mostrando como foram as seletivas por aqui e também saberá como participar da próxima edição das seletivas brasileiras que acontecerá em 2025.
Se você curtiu ou ficou curioso em saber mais sobre o evento avalie a matéria abaixo.
Espero encontrá-los em breve por aqui e estou sempre pronto para receber o seu feedback sobre os conteúdos e também trazendo suas sugestões de novos temas através do meu Intagram @ale.eiras.narrador .
Forte abraço GALERA SHOWWW!!!!!
