Salve, salve galera…
Sejam bem-vindos para mais uma edição da Coluna ALÊ EIRAS. Muito bom falar novamente com vocês por aqui!
Nosso papo hoje é sobre segurança, em especial no mundo das competições.
Quando falamos em segurança nas competições do motovelocidade no Brasil, o papo na maioria das vezes, fica preso nas questões dos autódromos, das barreiras de ar, das áreas de escape, entre outros questionamentos quanto aos espaços físicos. Porém, existe um outro fator de grande relevância no tocante a segurança e que não depende da ação de outras pessoas ou órgãos da sociedade, que é a sua própria segurança ou seu equipamento de segurança individual.
Os itens individuais devem ser o princípio de tudo e, por vezes, são negligenciados pelos pilotos inexperientes por desconhecimento, outras vezes, por buscar equipamentos mais baratos o que, na maioria das vezes, é menos eficiente no momento de emergência, dentre tantas outras situações que poderia citar aqui.
Itens de escolha própria, tais como, macacão, botas, luvas, capacete, protetor de coluna, são fundamentais no momento de um eventual tombo e podem ser determinantes quanto a gravidade das lesões. Como o assunto é abrangente e com vários itens, vamos combinar… vou dividir o tema em algumas edições para não ficar pesado ou para que não percamos nenhum detalhe importante em cada um deles. Nessa edição, vamos falar sobre macacão, na edição que vem abordamos outros equipamentos e assim vamos esmiuçando cada um desses itens tão importantes. Podemos combinar assim?
O macacão é um item especial, afinal, ele precisa inicialmente ser seguro, porém, sem perder essa que é sua finalidade maior, ele precisa estar alinhado com conforto e estilo afim de se obter sempre a melhor performance. Se pensarmos no mundo das competições, onde uma boa imagem é muito importante, o conjunto moto e macacão, formam sua maior identidade visual durante uma corrida, porém, de nada adianta seu macacão ser lindo se ele não for seguro e confortável, certo?
Se fizermos uma comparação entre um macacão de 3 décadas atrás com o que se usa nos dias de hoje, certamente encontraremos muito mais tecnologia nas vestimentas atuais, itens de segurança e conforto foram sendo melhorados e acrescentados para que o piloto consiga performar ainda melhor e de forma mais segura. A escolha dos materiais, o estudo sobre questões de deterioração no momento de atrito ao asfalto, capacidade de absorção de energia no momento de deformação no contato com o solo foram cada vez mais esmiuçadas por fabricantes na busca de atender as necessidades e conseguir acompanhar a evolução de pilotos e motos cada vez mais rápidos.
Para isso, mais uma vez fui em busca de respostas que possam ajudar você piloto na escolha do seu equipamento de proteção. E nada melhor do que ter como parceiro de Coluna uma empresa de reconhecido valor no mercado e com domínio total de conhecimento sobre o assunto não é mesmo? Então, não pensei duas vezes e busquei na fonte a ajuda necessária para a elaboração desse conteúdo. Estive recentemente no escritório da 2MT em Florianópolis/SC, vendo de perto alguns modelos e depois elaborei um questionário que prontamente foi respondido pelo Edson Luiz “Mamute”, que além de piloto a mais de 10 anos é sócio fundador da marca ao lado da sua esposa Mariane Thais e hoje atendem uma boa parte dos pilotos em ação no Brasil, além de exportar para diversos pilotos que correm pelo mundo a fora.
Alguns dos itens que trago em seguida podem parecer óbvios para pilotos com alguma rodagem e que já viveram algumas vezes o dilema de comprar seus equipamentos, porém, temos entre nossos leitores pessoas que querem viver a experiência de comprar seu primeiro equipamento ou ainda alguns outros que já tiveram experiências malsucedidas e que buscam nessa leitura fazer uma escolha assertiva na sua próxima aquisição.
Quando falamos de macacão, confiabilidade é muito importante, então um primeiro passo importante é observar as marcas que estão disponíveis no mercado hoje, e principalmente no mercado de competição, pois nada melhor do que ver na prática um equipamento sendo colocado a prova no seu limite máximo e que possuem o reconhecimento desses pilotos que o colocam a prova.
Em relação ao conforto, já no momento da escolha do equipamento você consegue identificar se ele pode ser confortável ou não. A qualidade do couro e a localização das proteções internas, bem como das externas já indicam a qualidade do produto. Um macacão com couro muito rígido, aparentando ser “quebradiço” ao dobrar não será confortável mesmo que seja o seu número.
Já que falamos em couro, vou trazer um pouco de detalhes técnicos, o couro é o material adequado para o macacão. Em caso de couro bovino, em geral possui 1,3 mm de espessura, e couro de canguru, entre 07 e 08 mm.
O design do produto também pode ser indicativo de desconforto. Quando um macacão possui muitas partes diferentes costuradas em locais que o corpo necessita de movimento, este detalhe pode lhe travar e dificultar a pilotagem, gerando assim desconforto.
Observe também a sua numeração. Para saber qual é o seu número, caso nunca tenha usado um macacão na vida, há uma relação que se faz entre altura e peso para se chegar próximo a um tamanho padrão. Mas, se você é como eu e não se encaixa nestes padrões, por ser muito alto, baixo, magro ou acima do peso, há marcas que fazem o produto sob medida.
Outra dica importante extraída desse papo que tive com o “Mamute”, procure vestir o seu macacão usando por baixo uma segunda pele, ela vai fazer como que o macacão possa deslizar nos braços, tronco e pernas, não travando seus movimentos.
Lembra lá no início que eu falei de tecnologia? Tudo que relatei até agora é material de estudo e avanço tecnológico, porém, nesse momento acredito que um item seja o “divisor de águas” no mercado. A chegada, a poucos anos atrás, do sistema de “airbag” para motociclistas veio para aumentar consideravelmente a segurança dos pilotos. Como ele funciona? É um sistema composto por sensores, unidade de controle eletrônico (ECU), unidade de inflação, gás inflável e uma bolsa de airbag. Os sensores são responsáveis por monitorar constantemente a aceleração e a velocidade do motociclista ou piloto, bem como os movimentos feitos por ele. Eles fornecem informações importantes para a ECU, que avalia os dados e determina se um acionamento do airbag é necessário ou não. Se a ECU detectar uma situação de acidente iminente, ela enviará um sinal para a unidade de inflação, que por sua vez libera o gás inflável na bolsa de airbag. A bolsa de airbag é integrada ao macacão do motociclista e é projetada para inflar rapidamente em milissegundos, criando uma proteção adicional em torno do corpo do piloto.
Esse sistema normalmente protege áreas críticas, como o pescoço, ombros, peito e costas. Dependendo do projeto do macacão, a proteção também pode se estender às áreas do quadril e das coxas. A bolsa de airbag é projetada para absorver o impacto e distribuí-lo de maneira mais uniforme, reduzindo o risco de lesões graves nessas regiões. Após o acionamento, a bolsa é esvaziada por meio de válvulas que permitem que o piloto se mova com mais facilidade. Em alguns sistemas, a bolsa pode ser recarregada ou substituída após o uso, permitindo que o motociclista utilize novamente o equipamento de proteção.
Para receber a tecnologia, o macacão precisa respeitar alguns parâmetros para funcionar adequadamente. Há no macacão, painéis que se expandem para ajustar-se ao corpo do piloto. Em caso de uso de airbag, estes painéis devem expandir-se até 5 cm a mais que o normal para criar a camada protetora mencionada acima. Observação importante, no caso do macacão não se expandir, há riscos de deslocamento de ombro, fratura de costela, dentre outras lesões. Então, antes de adquirir o sistema, certifique-se que seu macacão é adaptável a esse equipamento.
E por que não ter um macacão personalizado? Já pensou em sair para o “rolê” vestindo uma peça única feita sob medida para você e que revele suas características, gostos pessoais, eventual preferência quanto a marca de moto, cores, dentre tantas outras que poderiam estar expostas aqui? No caso de pilotos de motovelocidade é um instrumento a mais para divulgação de seus patrocinadores e uma forma de ser reconhecido dentro das pistas. Evidente que ele custa um pouco mais caro, porém, se a sua finalidade for estar nas pistas, esse valor poderá ser rapidamente recuperado através da exposição dos seus eventuais patrocinadores e apoiadores.
Já no caso de motociclistas de rua, o fato de se diferenciar dos demais, dentre tantos fatores, pode ser usado para expor a “logo” da sua empresa, nome, números e uma infinidade de opções. É quase como ir ao alfaiate e encomendar um terno para uma ocasião especial, não é mesmo? Porém com uma grande vantagem, o terno você irá a uma única ocasião especial, já o macacão fará parte de muitos momentos especiais para você, posso garantir.
Bom… Não pense que tudo está resolvido depois que você comprou seu macacão. Adoraria que fosse assim, mas sabemos que não é. Detalhes de como conservar, atendimento de pós-venda são importantes para que seu macacão dure bastante, certo? Também fui em busca dessas respostas.
Primeiro vamos falar sobre a conservação. O que posso ou não fazer com meu equipamento?
Uma boa higienização interna e externa após o uso faz a vida de seu produto se tornar um companheiro para a vida toda. Nunca deixe secando ao Sol e procure não submergi-lo em água, principalmente com produtos de limpeza destinados a outros fins. Existem no mercado produtos específicos para limpeza e hidratação de couro. Estes devem ser utilizados sem dó nem piedade.
Já no tocante ao pós-venda, também quis saber com o Mamute como isso funciona no mercado de forma geral e como a 2MT se relaciona com o seu cliente. Segundo ele, “Nosso diferencial sempre foi este. Oferecer ao cliente o melhor suporte possível para que ele se sinta seguro, confortável e com estilo. Temos empresa credenciada a fazer ajustes e reparos em caso de quedas que deixam os equipamentos em condições de serem utilizados inúmeras vezes, mesmo após acidentes. Porém, não vejo outras marcas tendo este mesmo cuidado com seus clientes que muitas das vezes nos procuram para resolver suas demandas”.
Pois é meus amigos, o assunto vai longe e eu adoraria falar mais sobre ele. Se você gostou ou quer oferecer alguma sugestão de assunto para edições futuras, ou ainda, quer ter contato direto comigo, estou no Instagram @ale.eiras.narrador . Chama lá que vai ser um prazer falar do bom e velho motovelocidade com você.
No mais, não esqueça de clicar na logo da 2MT Motorsport para conhecer as novidades por lá.
E para terminar daquela forma que vocês já conhecem.
Forte abraço galera… SHOWWWWW!!!!