Porém, o que eu buscava não eram esses pilotos, fui para dentro dos boxes conhecer o perfil dos pilotos acima dos 18 anos, que muitas vezes…
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Para não perder o costume… “SALVE, SALVE GALERA!!”
Olá, mais uma edição da COLUNA DO ALÊ EIRAS NA REVISTA PRÓ MOTO MAGAZINE. Dessa vez resolvi partir para a pesquisa de “CAMPO”, ou melhor, de “PISTA” e levantar algumas informações sobre os pilotos de motovelocidade da atualidade.
Como já falamos em edições passadas, atualmente temos muitos jovens pilotos disputando os grandes campeonatos no País e fora dele, muitos deles, pilotos com menos de 18 anos que hoje são destaques principalmente nas categorias de baixa cilindradas e na maioria absoluta oriundos da HONDA JÚNIOR CUP que é a categoria voltada justamente para os pilotos de 8 a 16 anos de idade aqui no Brasil.
Porém, o que eu buscava não eram esses pilotos, fui para dentro dos boxes conhecer o perfil dos pilotos acima dos 18 anos, que muitas vezes já começaram nas pistas mais velhos, pilotos que independente dos seus resultados esportivos estão lá alinhando, se preparando e na maioria das vezes misturam a adrenalina das corridas com a preocupação dos seus compromissos profissionais na segunda-feira após o final de semana de corrida.
Dentro desse levantamento me preocupei com alguns critérios, tais como, colher informações apenas de pilotos acima de 18 anos de idade, colher dados de pilotos de todas as categorias não me importando se são ou não os pilotos que costumeiramente andam na frente e, por fim, conseguir fazer o levantamento com o maior número de pilotos possível.
Para isso, rodei os boxes de interlagos na sexta-feira que antecedeu a 4ª etapa do Superbike Brasil e comigo levei um questionário de 13 perguntas que exigiam pouquíssimo tempo dos pilotos para responder. Questões objetivas, onde pedi que nenhum piloto colocasse seu nome no questionário e fossem o mais fiel possível em suas respostas. Pude colher informações de 42 pilotos, entre eles, a grande maioria, até por razões obvias tendo o local onde fiz a pesquisa, pilotos do Superbike Brasil, alguns pilotos que correm outros campeonatos e estavam por lá também se dispuseram a participar da pesquisa, fiz questão ainda, de buscar os pilotos estrangeiros e diversificar pilotos de todas as categorias. Com esse número de 42 pilotos obtive respostas de aproximadamente 1/3 dos grids (se contarmos apenas os pilotos acima dos 18 anos).
Em alguns dados, até pela experiência dos últimos anos e pela proximidade com muitos dos pilotos, confesso que já imaginava os resultados, porém em outros certamente, assim como eu, você leitor também vai se surpreender.
Vamos aos dados então??
Em relação a idade dos pilotos pesquisados, 2% têm 18 anos, 24% entre 19 e 29 anos, 29% entre 30 e 39 anos, 41% entre 40 e 50 anos, e para finalizar 4% dos pesquisados tem 50 anos ou mais.
Dos pesquisados, 14% pilotam em categorias de baixa cilindrada, 12% pilotam na Categoria Copa Pró Honda CBR 650R, 21% fazem parte do grid da Supersport 600 e 53% fazem parte dos grids de motos 1000 cilindradas nas mais diversificadas categorias.
Perguntei aos pilotos com quantos anos tiveram seu primeiro contato com uma moto? Independentemente de onde foi e qual a cilindrada. 74% dos pilotos subiram numa motocicleta pela primeira abaixo dos 18 anos de idade, sendo que o número mais surpreendente foi que 21% aceleraram pela primeira vez com menos de 10 anos de idade. O complemento dos dados ainda apresenta 19% tendo seu primeiro contato com motocicletas entre 18 e 25 anos, 5% entre 26 e 30 anos e finalizamos com 3% tendo seu primeiro contato com motocicletas acima dos 30 anos.
Na pergunta seguinte, quis saber com quantos anos os pilotos tiveram seu primeiro contato com uma moto speed. Os dados foram os seguintes: 10% com menos de 10 anos, 12% entre 11 e 14 anos, 5% entre 15 e 17 anos, 36% entre 18 e 25 anos, 6% entre 26 e 30 anos, e nesse quesito o que mais me surpreendeu foi que 31% só tiveram seu primeiro contato com motos speed acima dos 30 anos.
Perguntei aos pilotos quanto tempo depois de ter o primeiro contato com uma moto speed eles partiram para atividades em autódromos. Aqui, as respostas foram bem interessantes, onde 48% foram para os autódromos entre o próprio ano de contato com a moto speed a até 2 anos após esse primeiro contato, consequentemente, 52% foram para os autódromos com 3 anos ou mais após esse primeiro contato, o que nos mostra que alguns desse 52%, durante algum tempo, só acelerou nas estradas pelo Brasil a fora, como não tinha essa pergunta na pesquisa, não é possível afirmar que todos aceleravam nas estradas.
Perguntei aos pilotos qual era a cilindrada de suas motos speed quando de sua primeira vez nos autódromos? 32% responderam baixa cilindrada, 28% usaram motos 600 cc, 33% motos 1000cc e outros 7% outras motos de cilindradas não especificadas na pesquisa.
O que mais me trazia curiosidade nessa fase da pesquisa era saber em que ambiente em autódromos os pilotos baixaram suas viseiras pela primeira vez… as alternativas eram TRACK DAY, CURSO/CLÍNICA e CORRIDAS. As respostas foram as seguintes, 62% iniciaram em Track Day, 21% em CURSOS OU CLÍNICAS DE PILOTAGEM e 17% começaram diretamente em ambientes de CORRIDAS (campeonatos regionais ou nacionais).
Quando perguntei com quantos anos partiu para o mundo das corridas, obtive o seguinte resultado, 28% começaram entre 4 e 20 anos, 39% entre 20 e 35 anos e por fim, 33% iniciaram suas vidas de corridas após os 35 anos. Não vou negar que esse último número me surpreendeu.
Outro número intrigante, foi saber a quantos anos os pilotos estão no mundo das competições (contando os campeonatos regionais), obtive como respostas, 5% estão no seu primeiro ano competindo, 40% estão entre o segundo e o quinto ano competindo e 55% estão com mais de 6 temporadas competindo.
Na penúltima parte do levantamento (dividida em 2 perguntas) eu quis saber qual a confiança dos pilotos na segurança das atividades em autódromos. Primeiro perguntei como os pilotos avaliam o aspecto segurança nos autódromos pelo Brasil em eventos gerais (track days, cursos, clínicas), eles podiam avaliar de “0” (pior avaliação) a “10” (melhor avaliação), os eventos foram avaliados pelos pilotos com média 7 (sete), o que convenhamos é uma nota bastante razoável. Fiz a mesma pergunta, porém querendo saber sobre o aspecto segurança nas corridas, a média na somatória das notas foi 8,5 (Oito e meio). De forma geral nas duas avaliações a média das notas me pareceu bastante interessante, pois, nada melhor do que o próprio piloto para avaliar o quão seguro é a prática e o ambiente do esporte.
Bom, já chegando no final desse levantamento, eu tinha a curiosidade de saber o quanto os pilotos se identificam com o uso das motocicletas no seu dia a dia. Dividi essa fase da pesquisa em 3 partes, na primeira, quis saber quantos dos 42 pilotos tinham motos para uso nas vias públicas, dos 42 pilotos perguntados, 32 tem motos de rua. Na segunda pergunta sobre o tema, eu perguntei quantos usam suas motos na rua, dos 32 que responderam ter motocicletas, 29 responderam que usam suas motos em algum momento. Por fim, dos 29 que dizem usar suas motocicletas em algum momento 21 fazem uso das motocicletas em sua rotina semanal por pelo menos 3 dias da semana.
Por fim meus amigos, esses números podem nos ajudar a entender um pouco mais quem são “MEUS HERÓIS QUE NÃO USAM CUECAS POR CIMA DA ROUPA”, certamente ela não serve para apresentar àqueles que são promessas do esporte, mas posso garantir que ela retrata perfeitamente o perfil daqueles que fazem o esporte existir dentro do nosso País, àqueles que fazem os grids terem o colorido tão bonito do esporte, a grande maioria, estando lá com recursos próprios e abrindo mão muitas vezes do convívio dominical com seus familiares para praticarem e realizarem seus sonhos nos principais autódromos do Brasil. Não restam dúvidas que nosso esporte vive um grande momento, com pilotos de altíssimo nível, mas pra que o esporte exista é necessário termos bons grids, com pilotos cuidados e respeitados independente dos seus resultados.
Também desejo muito que os velozes das estradas conheçam os autódromos e descubram o quão mais seguro é pilotar por lá, monitorados, sem desobedecer às leis de trânsito e com equipes prontas para atender qualquer emergência.
Espero verdadeiramente que os amigos leitores tenham gostado dos números apurados e espero encontrá-los em breve por aqui novamente.
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Forte abraço…
GALERA SHOWWWWW!!!!