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Rio Freestyle Motocross esquenta o final de semana no Rio de Janeiro.

Veja a entrevista exclusiva com o brasileiro Fred Kyrillos que volta com força total na disputa pelo título da temporada 2023.

Chega a cidade do Rio de Janeiro mais uma ediçao do Rio Freestyle Motocross, trazendo as feras do FMX para delirio dos apaixonados pela modalidade. Conversamos com o penta campeão, Fred Kyrillos, durante os preparativos aqui no Rio de Janeiro, o evento acontece no próximo sábado dia 18 de novembro, no Jeunesse Arena na Barra da Tijuca. Acompanhe nosso papo com essa personalidade fantástica do esporte brasileiro.

P – Tudo bem, Fred? Você estava falando sobre o seu retorno ao campeonato, depois de uma temporada afastado devido ao acidente, como foi essa recuperação? 

Fred – Foi barra pesada. O tombo foi muito pesado, eu tive uma fratura comitiva de fêmur, quer dizer, que o meu fêmur praticamente explodiu. Eu quebrei vários ossos do rosto, quebrei o ombro, tive uma lesão pulmonar e uma lesão de grau leve no coração, por conta da desaceleração e do impacto. Foram quatro cirurgias. No meio do período de recuperação, eu descobri que meu fêmur não estava colando, tive que fazer outra cirurgia por outra placa, tirar o osso da bacia, foi uma pedreira só para consertar a parte ortopédica.

Depois na parte fisioterápica, que é a segunda fase, também foi outra barra, porque eu perdi muita musculatura, eu estava com muita fibrose, tornando a recuperação bem dolorida e muito trabalhosa, mas tem um ditado que fala assim, “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.”

Eu já tinha quebrado o fêmur uma vez quando eu era mais novo, então eu não sofri tanto dessa vez, acho que eu estava mais ansioso para voltar às pistas. Mas também entendi que eu precisava aproveitar esse tempo ali para me recuperar e tentei tirar esse tempo fora de atividade da melhor maneira, na parte produtiva ao lado do Romagnolli, tentando trazer as maiores melhorias para a modalidade, tanto na parte de produção quanto na parte esportiva, toda experiencia que obtive competindo no exterior me proporcionou essa oportunidade. Então, eu acho que… Do limão a gente tem que fazer uma limonada.

P – Foi bom porque você também não ficou parado, manteve sua mente ocupada, ligada no esporte, criando novas manobras, como você estava explicando ainda a pouco.

Fred – Sem dúvida, novas manobras, novas ideias, novos saltos, novos eventos, eu acho que foi um período aí de bastante reflexão.

P – Isso é legal, mas me diz uma coisa, em relação a criançada, eu vi você falando que você adora criança e adora essa interação deles com a modalidade. Qual seu sentimento quando você faz uma apresentação e percebe o brilho nos olhos deles?

Fred – Eu sou o primo mais velho na minha família, então sempre tive molecada perto de mim. Hoje já estão todos grandes, mas eram sempre pequenininhos. Então eu sempre tive muito carinho pela molecada, pela criançada. Para mim, ver o quanto eles vibram e a alegria que traz, a diversão que é, o quanto eles ficam animados, excitados vendo aquilo lá… Não tem preço.

Parte do nosso trabalho como piloto além da parte competitiva que é muito séria, tem essa parte dos shows, das apresentações que é diversão. Eu acho que levar diversão para a galera é o nosso principal escopo ali. E ver a molecada se divertindo é muito massa.

O Arena Cross tem a categoria da 50cc onde faço uma apresentação e essa molecada, cara eles assistem o show, depois eles vão lá no meu box, sobem na moto, fazem perguntas… cara, é maior zoeira, eu gosto. Quando eu era moleque fui diversas vezes assistir, corrida em interlagos, visitar os boxes, além da emoção de estar aqui de volta, agora performando, poder dar essa atenção, esse carinho pra criançada, é demais pra mim.

 

P – Com relação a sua máquina, a sua motocicleta. A preparação dela por exemplo, é basicamente a mesma moto usada no motocross, mas com preparação muito diferenciada, não é verdade?

Fred – Exatamente, você falou tudo. É uma Kawasaki de 450cc para motocross, a moto mais potente da categoria, mas faço algumas adaptações, algumas preparações e ajustes para ela funcionar bem na modalidade, levando em conta meu estilo de pilotagem e meu biotipo.

Eu tenho mais de 20 anos correndo profissionalmente, gastei muito tempo e até recurso para buscar o melhor setup e hoje eu tenho uma moto que, cara, ela funciona, ela está perfeitamente ajustada para mim, funciona muito bem.

P – Quais as principais alterações?

Fred – Fizemos várias alterações, desde as mais simples como pedaleira, guidão até as mais importantes, para mim a principal é a suspensão. É onde temos o maior investimento, vale mais do que a moto. (brinca).

A suspensão inteira, vem do Japão e especialmente preparada para mim, para o meu peso para o meu estilo de pilotagem, desde compressão, retorno, quantidade de óleo, espessura da mola, aqui no Brasil ela é preparada pelo Jaime da Race Tech na cidade de Niteroí.

Outra parte muito importante é a injeção, essas motos tem injeção eletrônica então você tem a possibilidade de eletronicamente configurar como você quer a resposta, quanto de força ela entrega a cada rotação, a cada abertura do corpo de acelerador e quem faz isso pra mim é o Sensei, em São Paulo, ele que faz essa programação, levamos a moto para pista, realizamos vários testes, vários mapas com o programa especializado para essa moto, um trabalho bem minucioso para conseguir a melhor performance da moto. A relação, é uma coroa maior para a deixando mais curta e a moto mais explosiva.

P – Sabemos que um bom lubrificante faz toda diferença, como foi difícil escolher um lubrificante que ofereça uma boa resposta no desempenho dela?

Fred – Sem dúvida alguma. Eu sou patrocinado pela Ipiranga Lubrificantes e há mais de 13 anos eu só uso lubrificantes e combustível da Ipiranga. Atualmente optamos pelo óleo sintético, mas já usamos bastante óleo semissintético e mineral também. Tem performance muito boa, todos os óleos. Mas hoje em dia a gente está dando mais ênfase ao sintético até para trazer um feedback melhor para eles, fazemos bastante esse trabalho afinal, testamos os produtos levando a condições extremas e temos uma resposta sensacional.

P – O fluido do radiador de refrigeração é um produto novo também da Ipiranga Lubrificantes?

Fred – Ele é tanto para moto quanto para carro. No freestyle a gente tem um “problema”, não andamos com tanta velocidade como essas motos são desenhadas para andar, então a moto tende a ferver com mais facilidade. E com esse aditivo que já vem pronto, não precisa misturar nada, essa moto nunca ferveu e como disse antes, colocamos ela em condições extremas, hoje por exemplo um baita calor aqui no Rio e o produto fez a diferença no desempenho.

Com relação ao combustível, estou usando o IPMAX um produto novo da Ipiranga, a sucessora da Octapro uma gasolina com mais octanagem. Na verdade, esse é um dos segredos junto com a injeção.

 

P – Por que? 

Fred – Quando fazemos a programação da injeção eletrônica, a gente faz para determinada gasolina, então não adianta fazer a programação e misturar combustíveis, você não vai ter o mesmo rendimento, a IPMAX facilita na hora de configurar a injeção, depois que afina fica perfeito, para mim o resultado é fenomenal. Nós usamos dois mapas, um para dia e um para noite devido a diferença de temperatura, a diferença de altitude também exige alterações, como hoje.

Agradecemos a Fred Kyrillos por esse papo descontraido e desejamos boa sorte na briga pelo título da temporada. Não deixe de acompanhar o Rio Freestyle Motocross no dia 18 de novembro na cidade do Rio de Janeiro, os ingressos ainda estão disponíveis, garanta já o seu em www.ticket360.com.br

O Rio Freestyle Motocross 2023 tem patrocínio da Monster Energy e Ipiranga. O apoio é da revista Pró Moto, revista Dirt Action e Moto Channel Brazil. A supervisão é da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM). A realização é da Romagnolli Promoções e Eventos e da Liga Nacional de Esportes a Motor (Linem).



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