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A GRANDE MUDANÇA NO PERFIL DO MOTOVELOCIDADE BRASILEIRO.

Com o surgimento de categorias de base e a formação de pilotos ainda jovens o motovelocidade brasileiro está se transformando.

Para não perder o costume… “SALVE, SALVE GALERA!!”

Olá meus amigos, mais uma edição da COLUNA DO ALÊ EIRAS, hoje vamos tratar de um assunto que vem tomando conta gradativamente do motovelocidade brasileiro e que me parece um caminho sem volta, ou se tiver volta, será um grande retrocesso.

Com o surgimento de categorias de base e a formação de pilotos ainda jovens o motovelocidade brasileiro está se transformando.

Se olharmos no retrovisor para dez ou quinze anos atrás, o perfil dos pilotos da época, eram em sua grande maioria pilotos que tinham outras profissões fora do esporte, que tiveram uma iniciação tardia, na maioria dos casos, após os 20 anos de idade. Os pilotos se destacavam por serem rápidos, por terem bons equipamentos e na maioria das vezes dinheiro para investir em estrutura e melhoria da moto.

Todo esse “combo”, fazia com que esses se destacassem e fossem os grandes nomes do esporte. Entendam, não estou aqui dizendo que não tínhamos qualidade, evidente que tínhamos, mas apareciam tarde demais para uma carreira mais longeva ou que os colocassem em condições de competir internacionalmente.

Nessa perspectiva, não podemos de forma alguma colocar o fenômeno Alex Barros, afinal, ele na época, foi um dos poucos que conseguiu ter aquilo que se busca hoje no motovelocidade, iniciar cedo no esporte, no caso dele até por falta de categorias nacionais para sua evolução, optou desde cedo ir para a Europa e lá buscar o desenvolvimento em competições de altíssimo nível. A grosso modo, e sem buscar comparações, um caminho muito parecido com o que aconteceria mais de duas décadas depois com o Eric Granado e mais recentemente com o Diogo Moreira.

Se olharmos para nosso cenário atual, podemos ver que agora pegamos um caminho que acredito seja o certo, vivemos um novo momento no esporte na última década e hoje, já vemos botões de lindas flores desabrochando em nosso jardim.

Com a criação das categorias de base, a Honda Junior Cup, que a mais de 10 anos está no cenário nacional, e para quem se lembra, começou com pouquíssimos meninos, não mais do que cinco na época, e com o passar dos anos foi “fabricando” pilotos aos montes, só no cenário nacional, são mais de 50 pilotos que seguiram carreira e hoje estão em outros grids. Talentos como Humberto Turquinho, Kevin Fontanhia, Gui Brito, Theo Manna, João Carneiro, Enzo Valentim, Gustavo Manso, Felipe Macan e tantos outros que já viveram ou vivem experiências internacionais.

Com chegada a partir do próximo ano da Categoria R15, será como se nosso berçário de grandes talentos se expandisse ainda mais, fazendo efetivamente aquilo que considero vital para o esporte de alto rendimento. “DÁ QUANTIDADE, TIRAR A QUALIDADE!”. Assim é no futebol aqui no Brasil, assim é no motovelocidade espanhol e por aí vai.

Além disso, a preocupação dos campeonatos em criar categorias intermediárias de baixa cilindradas (300 e 400 cc), algumas monomarcas, outras multimarcas, para que esses pilotos tivessem onde seguir depois das categorias iniciais também vêm sendo de grande valia e de grande espetáculo para os eventos em si. A consagrada R3 Cup no Moto1000GP e a Suhai 400 Cup no Superbike Brasil, oferecem condições para os jovens seguirem seus processos de maturação, competindo sempre em altíssimo nível e aprendendo a cada adversidade.

A partir daí chegamos onde acredito ser essencial olharmos com mais carinho. Depois de passar por essas categorias de menor cilindrada, nossos jovens chegam nas categorias de maiores cilindradas. Dentro do Superbike Brasil existe a Copa Pró Honda CBR650R, como categoria monomarca de alta cilindrada, mas, os olhares da maioria dos pilotos seguem focados nas categorias 600 e 1000 cc.

Evidente que nesse caminho, alguns seguirão em busca de suas carreiras internacionais, mas a grande maioria, até pelo funil apertado e as dificuldades com os custos de sobreviver internacionalmente, devem seguir mesmo seus caminhos em nossos campeonatos nacionais. Nesse momento eles, dentro do que tínhamos anteriormente de cenário, encontrariam com os pilotos que iniciam mais tardiamente no esporte. E aí??

Daquilo que acredito, seja o nosso caminho dentro dos próximos 5 anos, devido a grande demanda de jovens pilotos que vão subindo de categorias, a diferença de vivência esportiva desses jovens em relação ao que começarem mais tardiamente será gigantesca e para que possamos seguir essa caminhada de atender a todos e dar condições de massificação do esporte, retirada de pilotos das ruas e trazê-los para o mundo das competições, teremos sempre subcategorias ou categorias separadas para que tudo aconteça de forma nivelada (ou seja, cada um dentro da sua capacidade e vivência competindo em pé de igualdade com seus oponentes) e até por segurança, afinal, sabemos que pilotos extremamente rápidos junto de pilotos mais lentos o grau de perigo aumenta consideravelmente.

Em resumo, esses jovens deverão sempre ser tratados dentro do cenário nacional com pilotos nível “PRO”, seja qual for a categoria que estiverem, outros pilotos poderão entrar na mesma categoria que eles por opção, por condição, mas eles, jamais poderão “descer” para subcategorias e competir com os pilotos que ingressam mais tarde no esporte.

Certamente o que nos espera em categorias multimarcas de 600 e 1000 cc nos próximos anos são verdadeiros espetáculos dentro do cenário nacional, talvez nunca visto dentro do esporte nacional. Competições num nível ainda mais elevado, quebras constantes de recordes das pistas, além de vermos com mais frequência nos campeonatos mundiais nossa bandeira em posições de destaque.

Não sou dono da verdade e nem me atrevo a isso, mas a pelo menos 5 anos tenho imagino esse cenário e debatido em rodas de bate-papos com pessoas do meio. As categorias principais dos nossos campeonatos estarão cada vez mais cheias de grandes talentos e de pilotos que têm dentro de si uma vivência esportiva de muitos anos, apesar de bastante jovens. Naturalmente que tudo também dependerá de apoiadores, de parceiros e do comprometimento sem nenhuma vaidade daqueles que fazem o esporte nos seus bastidores.

E você o que acha??

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Espero que tenham gostado e quero encontrá-los novamente por aqui na próxima edição.

Forte abraço…

GALERA SHOWWWWW!!!!



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