HomeTestes e Reviews de MotosA Origem da Cafe Racer: Customização, Velocidade e Cultura

A Origem da Cafe Racer: Customização, Velocidade e Cultura

Uma subcultura amada e cultivada por muitos até hoje, que serve de inspiração, identidade e liberdade! Um estilo  que atravessa gerações e continua forte dentro da cultura do motociclismo.

Para entender melhor como surgiu o estilo e cultura Cafe Racer, precisamos conhecer alguns fatores que resultaram em sua criação 


A customização de motos
: No Reino Unido, com o final da Segunda Guerra Mundial em 1945, o país passava por sérias crises financeiras e sociais, a classe trabalhadora da época, mal conseguia o sustento e então como opção para se deslocarem utilizavam as motos, barateadas na época devido a expansão da indústria motociclística.

Muitos aderiram à customização para torná-las mais robustas e ágeis para o deslocamento pelas periferias de Londres. 

O Rock and Roll surgiu no início da década de 50, o novo estilo musical era uma forma de expressão jovem e revolucionária, um canalizador de energia daquela juventude que desafiava as normas sociais da época.  O estilo começou nos EUA com influência do R&B, Jazz,  Blues e Country e logo ganhou o mundo. 

Em Londres, devido ao conservadorismo, não era permitido tocar Rock nas rádios da cidade. A saída foi investir nas Jukebox, estas máquinas de toca disco eram instaladas em locais como bares, restaurantes e cafés conhecidos como Transport Cafes.

Os Transport Cafes 

Os Transport Cafés eram estabelecimentos localizados nas estradas ao redor de Londres, onde os caminhoneiros e viajantes paravam para descansar, comer uma refeição e recarregar as energias antes de seguir viagem. 

O Amor por Velocidade:

Os londrinos adoravam competições e motos de corrida, os maiores ídolos da época eram  Mike Hailwood que conquistou vários campeonatos de motociclismo, incluindo o Campeonato Mundial de Motovelocidade. Geoff Duke, vencedor de 4 mundiais do mesmo campeonato e John Surtees que conquistou títulos tanto no motociclismo quanto no automobilismo. 

Dificuldades 

As motos para as competições profissionais eram muito caras, além disso para participar dessas corridas, o piloto precisaria de uma equipe, oficinas e patrocínio. 

Isso distanciava ainda mais a galera que não tinha grana mas que era apaixonada por motos e velocidade, de seu sonho de correr em competições profissionais.

Mas isso não impediu que muitos pilotos amadores competissem entre si. 

Adaptando as motos: 

Então eles iniciaram a customização de suas motos com foco nas corridas, a meta era aumentar o desempenho, buscando superar os 100 Mph (160 km/h). A garupa dos bancos eram retiradas, tinham grandes tanques de gasolina em alumínio polido, guidões baixos montados diretamente nas bengalas de suspensão, eram as modificações mais comuns. Muitos modelos recebiam o motor Triumph em um quadro Norton, que dava origem a apelidos como “Triton”. Matchless, BSA e Royal Enfield também eram comuns entre as Cafe Racers.

Triton 1959

As pistas perfeitas

As corridas aconteciam aos arredores de Londres, nas ruas que passavam por aqueles Transport Cafes, onde caminhoneiros, Rockers, Artistas e fissurados por velocidade se juntavam. 

Aí entram as Jukebox que serviam como temporizador para as corridas, eles colocavam um rock para tocar e era dada a largada. O piloto deveria fazer o circuito e chegar antes que a música da Junke terminasse e o primeiro que chegasse ao local era o vencedor. 

A maioria dos pilotos corriam pela adrenalina e competição sem premiações formais, o maior objetivo era testar as habilidades de pilotagem e a potência da moto e claro a emoção de participar em uma corrida frenética.

O nome Cafe Racers: Os caminhoneiros que costumavam frequentar os Cafés onde aconteciam os rachas, tiravam sarro dos pilotos dizendo que eles nem eram pilotos de verdade, mas sim “Café Racers” traduzindo literalmente “Pilotos de Cafés”. Isso acabou pegando e é usado até hoje para se referir a esse estilo. (Caminhoneiros já eram zoeiros desde aquela época).

Cafe Racer: A cultura da Cafe Racer transcende a mera definição de um estilo de moto e se tornou um símbolo de liberdade, rebeldia, originalidade e transformação. O estilo tem uma base de fãs espalhados pelo mundo todo, o que conhecemos hoje da Cafes modernizadas teve uma trajetória inspiradora que ajudou as pessoas a superarem dificuldades econômicas e sociais, nesses encontros elas podiam trocar suas experiências e se expressar com mais liberdade, mesmo diante do conservadorismo e autoritarismo da época que era muito forte em Londres.

Cafe Racer se tornou sinônimo de resistência e empoderamento para muitos entusiastas e valorizada pelo senso de comunidade e camaradagem que fazem parte da cultura do Motociclismo.

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