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De café em café, sobre duas rodas

Por definição, uma café racer é uma motocicleta leve e poderosa, otimizada para velocidade e manuseio, em vez de conforto, ideal para passeios rápidos em curtas e médias distâncias.

Elas lembram as motocicletas de corrida de estrada do início dos anos 1960, notáveis ​​por seu minimalismo visual, guidão baixo, assento proeminente e tanque de combustível alongado.

Uma das versões diz que o termo surgiu entre os entusiastas britânicos no início dos anos 1960 em Londres, especificamente na subcultura juvenil Rocker ou “Ton-Up Boys”, que usavam suas motos para passeios curtos e rápidos entre os cafés mais populares da capital britânica, como o café Busy Bee, , em Watford e o Ace Café, em Stonebridge.

Vale lembrar que na Grã-Bretanha pós-guerra, a posse de carros ainda era incomum, por seu custo mais elevado e pela pouca oferta disponível no mercado. Apenas no final dos anos 50 o britânico médio teve poder de compra para adquirir um automóvel. Já no início dos anos 60, as Café Racers começaram a ganhar força, representando velocidade, status e rebelião, especialmente aos que ainda não conseguiam ter seu carro.´

Outra narrativa dá conta que em 1973, o jornalista Wallace Wyss sustentava que o termo café racer foi originalmente usado na Europa para descrever um “motociclista que desejava de ser um corredor de estrada da Ilha de Man, mas na verdade era alguém que possuía uma máquina atrevida, mas simplesmente a estacionava perto de sua mesa no café ao ar livre local”.

 

Configuração

Além do peso leve, um motor forte e estrutura minimalista, a café racer normalmente apresenta ergonomia distinta. Guidões estreitos e baixos (chamados “clip-ons”), permitem que o ciclista se “dobre”, reduzindo a resistência do vento e melhorando o controle. Juntamente com o assento localizado na retaguarda, a postura frequentemente exigia apoios para os pés e controles para os pés típicos das motocicletas de corrida da época.

Um exemplo típico foi a “Triton”, combinação caseira de um motor Triumph Bonneville em um chassis Norton Featherbed. Outro híbrida menos comum foi a “Tribsa”, que possuía um motor Triumph em um chassis duplex fabricado pela BSA. A terceira café-racer caseira comum naquela época era a “NorVin”, que tinha motor Vincent V-Twin em um chassis Featherbed.

O estilo do café racer evoluiu ao longo de sua popularidade. Em meados da década de 1970, as motos japonesas haviam ultrapassado as britânicas no mercado, e a aparência das verdadeiras motos de corrida do Grande Prêmio havia mudado. Os tanques de combustível de corrida feitos à mão, freqüentemente sem pintura, da década de 1960, haviam evoluído para tanques quadrados e estreitos de fibra de vidro. Cada vez mais, os motores Kawasaki de dois cilindros a dois tempos, Kawasaki Z1 a quatro tempos e quatro cilindros da Honda eram a base para as conversões de café. Em 1977, vários fabricantes haviam notado o boom dos pilotos de cafés e estavam produzindo pilotos de fábrica, como a Moto Guzzi Le Mans e a Harley-Davidson XLCR.

Em 1989 a Honda apresentou o modelo GB500 Clubman “Tourist Trophy”, que ficou disponível até 1991. Tinha como base a XBR500 e foi inicialmente comercializada no Japão como um motor de 400cc. O modelo de exportação estava equipado com um motor monocilindro SOHC de 500cc com 4 válvulas, desenvolvendo 43hp às 7.000rpm, potência mais do que adequada para o seu magro peso fazendo-a capaz de acelerar de 0 a 100Km/h em 5 segundos e passar facilmente os 160Km/h. O desenho era baseado nas clássicas monocilíndricas de corrida, como a Norton Manx, a BSA Gold Star, a AJS 7R, etc. que dominaram o TT até aos anos 60.

Em meados da década de 1970, os motociclistas continuaram a modificar motocicletas de produção. Vários fabricantes europeus, incluindo Benelli, BMW, Bultaco e Derbi produziram variantes “café” de fábrica, uma tendência que continua hoje. 

O futuro agora

Acreditando na força deste mercado, a Honda chegou recentemente com uma máquina moderna e altamente tecnológica. A nova representante da linha CB mescla design minimalista com a agressividade típica das café racer, fator explicitado pela substituição do sufixo “F” pelo “R”, que desde sempre designa as Honda de verdadeira inspiração esportiva.

Com peso reduzido em cerca de 4 kg, a nova naked traz uma sofisticada suspensão dianteira tipo invertido, cálipers do freio dianteiro com fixação radial e rodas ainda mais leves. A posição de pilotagem permite um posicionamento agressivo graças ao guidão de alumínio cônico e pedaleiras levemente recuadas. É certeza de bons momentos na subida da Serra. A iluminação Full-LED destaca o novo grupo ótico dianteiro, circular, elemento característico do estilo Neo Sports Café. O painel de instrumentos é do tipo Black out LCD e inclui indicador de marchas engatadas e luz-alerta “shift-up”, que avisa o momento ideal para troca de marchas.

A esportiva CBR 650R exala a agressividade que se espera de uma genuína herdeira da tradição CBR. A carenagem tem como destaque a parte frontal, composta pelo novo grupo ótico duplo e tomadas de ar, elementos que evidenciam a forte esportividade do modelo.

O novo banco em dois níveis, a rabeta essencial e os semi-guidões fixados sob a mesa superior, que oferecem posicionamento ideal para pilotagem esportiva, são outros detalhes que deixam clara a intenção de ampliar as capacidades esportivas do modelo.

Iluminação Full-LED, painel Black out, indicador de marchas também estão presentes na CBR 650R, assim como a inédita suspensão invertida, a frenagem com cálipers radiais e as rodas aliviadas.

Elementos em comum a estas duas Honda 650 são motor e chassi. O tetracilindro DOHC arrefecido a líquido é dotado de câmbio de seis marchas com embreagem assistida, deslizante e sistema HSTC – Honda Selectable Torque Control. O chassi tubular de aço segue a arquitetura tipo Diamond, com a zona da fixação do eixo da balança realizada em aço estampado e não mais em aço forjado, o que resultou em uma economia de peso de 1,9 kg se comparado com o chassi da “F.

Disponível nas cores azul perolizado, vermelho e prata metálico, a naked CB 650R tem preço público sugerido de R$ 39.416,00, base estado de São Paulo, não inclusos despesas de frete e seguro.

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